Um apelo à sensibilidade para a educação das nossas crianças

Por mais que seja justa a reivindicação dos professores, as crianças de São Luís não podem mais ser penalizadas como em 2012, por "reformas" que duraram seis meses

Por mais que seja justa a reivindicação dos professores, as crianças de São Luís não podem mais ser penalizadas como em 2012, por “reformas” que duraram seis meses

É no mínimo curiosa tentativa de paralisação realizada pelo Sindicato dos Profissionais do Magistério da Rede Municipal de São Luís (Sindeducação).

É preciso que se lembre: este é um momento de ajustes para a educação pública municipal. E a garantia de subsídios e de melhores condições de trabalho aos professores sempre esteve na pauta da Prefeitura: no ano passado, o reajuste nos salários dos professores foi de 9,5%. Também é conquista da atual gestão a garantia de 1/3 de hora atividade e de benefícios aguardados desde 2008 pela categoria. Tudo isso, fruto do diálogo contínuo, construído por pessoas acessíveis e que jamais se esquivaram da mesa de negociações.

Cruzar os braços nesse momento significa desregular novamente o calendário escolar do município, finalmente em vias de se endireitar depois de anos de sucessivas greves. Isso significa prejudicar pais, mães e, principalmente, desamparar as crianças e adolescentes que estudam na rede municipal de ensino e veem na rotina das salas de aula a única chance de um futuro melhor.

Programas como o Leite na Escola, recém retomado pela Prefeitura de São Luís após uma extensa briga na Justiça, também correm o risco de parar. Afinal,é na escola que o leite é entregue e um dos critérios para o recebimento do benefício do programa é, justamente, a frequência escolar. Ora, como monitorar essa frequência se não houver aulas? Isso sem mencionar a própria merenda escolar e a extensa gama de benefícios a que as crianças tem acesso quando estão em sala de aula, como os programas do governo federal como Saúde na Escola, Mais Educação e Segundo Tempo – nenhum dos quais pode funcionar se as crianças não estão em sala de aula.

Os Sindicato argumenta que os dois dias sem dar aulas são em caráter de advertência. Pois que esta sirva, para eles, como um apelo: em nome da continuidade das negociações, em nome da razoabilidade e da sensibilidade, com o destino de tantas crianças e mães de família que precisam de educação pública e de qualidade.

O titular deste blog é um defensor convicto das causas do servidor público. Mas é defensor ainda mais fervoroso da Educação Pública. Seria importante que Sindicato e Semed tentassem resolver a questão por meio do diálogo. as crianças da capital agradecem.

Clodoaldo Corrêa

4 pensou em “Um apelo à sensibilidade para a educação das nossas crianças

  1. Sou mãe. E nem imagino meus filhos sem escola. Como vc também apoio a luta dos professores, mas penso que precisa ter diálogo antes de radicalizar e deixar as crianças sem aula de novo. Todo dia vejo no jornal que a secretaria de educação recebeu esse sindicato pra conversar. Prova de que dá para ter diálogo, eles só precisam ter paciência.

  2. Bem observadas as suas colocações, Clodoaldo. Realmente é de se desconfiar dessa paralisaçao repentina que vai prejudicar e muito as mudanças que a prefeitura está possibilitando na educação. A situação não tá pavorosa para esses profesores, pois tenho tias professoras municipais que concordam que há um abuso por trás dessa intenção de parar. So nos resta acompanhar e ver que atitude a prefeitura vai tomar para nao prejudicar seus alunos.

    • Certamente jordânia. Por mais que os professores queiram mais conquistas (legítimas, diga-se), não dá para não enxergar os avanços para a classe bem diferente das últimas gestões. Isto merece um crédito dos professores para que sigam as negociações sem paralisação.

  3. Interessante, sobretudo quando se conhece a triste REALIDADE das escolas da Rede pública, no caso, a municipal. É muito fácil falar em sensibilidade para com as crianças, mas o lado do profissional que continua se submetendo ao trabalho, sem condições de que este seja EFICIENTE, não passa pela cabeça dos pais. Estes deveriam , também, cobrar do governo o CUMPRIMENTO das reivindicações mínimas. Todos acham que O PROBLEMA do professor está intrínseco ao DINHEIRO, apenas. O professor é, antes de mais nada, um PROFISSIONAL e deve ser respeitado pelo patrão, pela sociedade e pela mídia. O professor NÃO é sacerdote, é um trabalhador!

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