Delegado da PF deve responder processo por acusações da Operação Pegadores

Procurador Geral do estado acionou delegado da PF

A Procuradoria Geral do Estado (PGE) encaminhou à Corregedoria Geral da Polícia Federal uma Reclamação Disciplinar contra o delegado Wedson Cajé Lopes. O órgão, que representa o Governo do Maranhão, pede que seja instaurado processo administrativo disciplinar para apurar a conduta do delegado durante a Operação Pegadores.

A investigação apura desdobramentos dos desvios de recursos da Saúde no governo Roseana Sarney. O delegado Cajé Lopes, no entanto, fez acusações contra a atual gestão. O problema é que elas são desmentidas pelo próprio inquérito da Pegadores.

A PGE lembra que, em entrevista à imprensa, Cajé Lopes disse que teriam ocorrido desvios de dinheiro público com a participação de servidores públicos estaduais já em 2015. Mas, após acesso ao inquérito, a PGE alega ter constatado que essas afirmações não se confirmaram.

A Reclamação enviada à Corregedoria da PF cita como exemplos a acusação de que uma sorveteria teria sido contratada pela Secretaria de Saúde e a afirmação de que existiria uma lista de 424 funcionários fantasmas. Ambas as acusações se mostraram infundadas.

“Em momento algum a própria investigação policial os tratou [os funcionários] como fantasmas, ao contrário do que fora divulgado de modo sensacionalista”, diz o documento.

Sensacionalismo

Para a PGE, o delegado ultrapassou “os limites do dever de informar” e “distorceu fatos com o objetivo de criar pautas sensacionalistas para a imprensa”.

A Procuradoria ressalta que não se trata de questionar a entrevista coletiva, mas sim as declarações do delegado, que não encontraram nenhum respaldo no inquérito. As acusações infundadas “deram margem a toda sorte de matérias jocosas e sensacionalistas em detrimento da imagem da Administração Pública Estadual”, acrescenta a PGE.

O documento ressalta que a PF tem cumprido papel fundamental no país, mas é “necessário fazer a correção de determinados atos praticados” para preservar a honra da própria instituição.

A PGE diz ainda que desde o início o Estado “buscou o compartilhamento de informações com o duplo objetivo de cooperar com as investigações e adotar as providências na esfera civil e criminal destinadas à responsabilização dos que eventualmente tenham concorrido para a ocorrência das referidas ilicitudes”.

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