Lula no Maranhão: ex-presidente não deverá ter opositores no Estado

Em todos os eventos de pré-campanha, entrevistas ou nas redes sociais nenhum dos principais pré-candidatos a um cargo majoritário no Maranhão fez qualquer manifestação contrária ao ex-presidente Lula. Ao contrário, pré-candidatos que sabidamente estão em palanques de oposição ao petista já fizeram menções positivas ao ex-presidente, que tem grande aprovação no Estado.

A última pesquisa com aferição para presidente do instituo DataIlha (inscrição 06345/2018) mostra que Lula venceria as eleições no Maranhão com 63% das intenções de votos. A pesquisa também demonstrou a capacidade de transferência de Lula, pois quando o eleitor foi questionado se votaria em um candidato apoiado pelo petista, este candidato venceria com 32,2% contra 17,3% do segundo colocado.

O PT e o grupo de Lula estarão na coligação do atual governador Flávio Dino, que foi o único leal ao grupo até quando Lula lhe virou as costas. Assim como o pré-candidato a senador Weverton Rocha (PDT) que lutou muito contra o impeachment da presidente Dilma.

O último pré-candidato a afagar Lula foi o senador Edison Lobão, que mesmo tendo sido ministro de Lula e Dilma e votado a favor do impeachment da ex-presidente, fez um discurso na tribuna do senado defendendo Lula e afirmando que sua prisão é injusta. Lobão é do MDB, partido do presidente Michel Temer, que terá o ex-ministro Henrique Meirelles como candidato, ou apoiará Geraldo Alckmin (PSDB).

Assim como Lobão, seu provável companheiro de chapa Sarney Filho, e a irmã Roseana Sarney, têm defendido Lula nas “caravanas”. Sarney Filho também votou a favor do impeachment de Dilma e ganhou um ministério de Michel Temer como recompensa. A ex-governadora fez lobby por votos favoráveis ao impeachment e vale lembrar que o Clã levou todos os cargos federais do Maranhão.

O pré-candidato a governador Roberto Rocha (PSDB), filiado ao principal partido de oposição aos governos petistas nos 13 anos em que Lula e Dilma governaram, também fez afagos ao maior líder do país. Roberto criticou a prisão de Lula e chegou a dizer que a presença dele na campanha de 2018 “é exigência democrática”.

Na base senatorial de Rocha, Alexandre Almeida e Zé Reinaldo adotaram o silêncio. Reinaldo, que já foi grande crítico do PT, não teceu este ano mais nenhum comentário desfavorável ao petismo. Waldir Maranhão, que lutou muito para ser candidato pelo PT, saiu da base PCdoB-PT reclamando muito do governador Flávio Dino, mas medindo palavras sobre o PT e Lula.

E pasmem. Até mesmo Maura Jorge (PSL), que tem como única bandeira ser a candidata de Bolsonaro no Maranhão, nunca fez um discurso ou uma postagem na rede social contra o principal desafeto de seu presidenciável.

E assim será na campanha. Entre os principais candidatos, mesmo os que odeiam Lula não farão oposição ou até o defenderão já que a popularidade do petista no Maranhão é enorme.