As irregularidades na secretaria de Meio Ambiente que Sarney Filho nunca explicou

O filho caçula de José Sarney, candidato ao senado federal pelo Maranhão, passeia pelo Maranhão como se fosse uma novidade no cenário político-eleitoral e não devesse muitas explicações ao eleitor. A Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) no governo Roseana pagou uma fortuna à empresa Tramitty Business to Government por serviços não realizados sob o comando de Genilde Campagnaro, a secretária foi apadrinhada ao cargo pelo deputado federal Sarney Filho (PV-MA).

Para que fique mais claro ainda que a secretária é apadrinhada do candidato, depois da Sema ela foi indicada por ele para comandar a Superintendência Federal de Pesca e Agricultura no Maranhão.

Após a substituição em 2014 do secretário Victor Mendes, que assinou o primeiro contrato, por Genilde Campagnaro, indicada por Zequinha Sarney, a Tramitty encontrou um jeito de continuar faturando, desta vez extraindo petróleo do BNDES. com a desculpa de cumprir o serviço pela qual foi contratada anteriormente, aproveitou para revisar o termo de referência e outros atos da licitação para a realização do Cadastro Ambiental Rural – CAR, e conquistar os R$ 9,6 milhões, do novo contrato. A empresa foi a única licitante a apresentar proposta e ganhou a contratação.

Depois, a Tramitty foi condenada a ressarcir R$ 4,3 milhões ao erário. Mas a apuração da responsabilidade objetiva da apadrinhada de Sarney Filho e do próprio para saber para onde foi o dinheiro continua.

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  1. POLÍTICA: Matéria da Revista Fórum.

    DE SETEMBRO DE 2018, 20H10
    Com Roseana, família Sarney tenta retomar controle do feudo político no Maranhão
    História do clã no estado está ligada à grilagem; ex-governadora disputa o Palácio dos Leões com Flávio Dino (PCdoB), candidato à reeleição que governa com apoio de ruralistas

    Por Alceu Castilho, no De Olho Nos Ruralistas

    As políticas de José Sarney inspiraram um clássico da literatura brasileira sobre questão agrária: “Grilagem – corrupção e violência em terras do Carajás“, de Victor Asselin. No fim dos anos 60, aquele jovem político disparou a distribuir terras públicas, onde viviam camponeses. Entre os beneficiários, grileiros de todo o Brasil, numa escola que vinha do Paraná e passava por Goiás. Iniciava-se um domínio político no Estado que só foi interrompido – salvo uma gestão relâmpago de Jackson Lago – pelo atual governo de Flávio Dino (PCdoB), candidato à reeleição.

    Cinquenta anos depois, a família do ex-presidente vê na ex-governadora Roseana Sarney (MDB) a chance de retomada do feudo. Em 1966, o cineasta Glauber Rocha gravou um documentário sobre a posse de José Sarney, a pedido do amigo governador. As promessas de combate à miséria foram sendo substituídas por um domínio coronelista no estado, onde ficam hoje 70 dos 100 municípios mais pobres do Brasil.

    A palavra “comunista” na sigla PCdoB não significa que a gestão Dino esteja descolada dos interesses ruralistas. Alguns membros da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), como os deputados federais André Fufuca (PP) e Cleber Verde (PRB), têm influência direta no governo estadual, inclusive no Instituto de Terras do Maranhão (Iterma) – um velho conhecido da família Sarney.

    Lei Sarney de terras gerou êxodo rural

    No dia 15 de junho de 1969, saiu do forno o que viria ser conhecida como Lei Sarney de Terras. “Com a nova lei, facultava-se a venda das terras devolutas, sem licitação, a grupos organizados em sociedade anônimas, sem número limitado de sócios, podendo requerer cada um até três mil hectares”, conta Victor Asselin em seu livro. Estava em curso uma das maiores grilagens de terras da história do Brasil, numa área de 1,5 milhão de hectares conhecida como Fazenda Pindaré.

    Esses territórios eram ocupados por posseiros. No ano passado, no XXIX Simpósio de História Nacional, o historiador Roberval Amaral Neto, do Instituto Federal do Maranhão, observou que a lei significou a “institucionalização da grilagem nas terras maranhenses”. Entre elas, 9 milhões de hectares de terras devolutas na Amazônia Legal. Esse território, explica o pesquisador, era visto pela elite do estado “como a solução para modernizar o setor agrário maranhense”.

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