Epaminondas Gomes de Oliveira: maranhense vítima fatal da ditadura

Em meio às homenagens aos maranhenses que foram perseguidos durante a ditadura militar, o blog considera importante a lembrança daquele que foi, já comprovadamente, assassinado pelo regime: Epaminondas Gomes de Oliveira.

O comunista de Pastos Bons, morreu no Hospital da Guarnição do Exército, em Brasília (DF), após torturas sofridas. À época, a versão oficial divulgada foi a de morte decorrente de choque em razão de anemia e desnutrição. A partir dos acervos disponíveis à Comissão Nacional da Verdade, foi possível descobrir mais sobre a morte pelos documentos de operações militares.

Testemunhas e outros presos pelo Pelotão de investigações Criminais do Exército (PIC), em Brasília, confirmaram a prática recorrente de tortura por espancamentos e choques elétricos naquele estabelecimento, inclusive da tortura sofrida pelo próprio Epaminondas, desde sua prisão no Pará, duas semanas antes de sua morte.

 A filha de Epaminondas Gomes de Oliveira, Beatriz de Oliveira, fez um pedido formal ao então presidente, general Emílio Garrastazu Médici, em 16 de setembro de 1971, para que seus restos mortais fossem encaminhados para Porto Franco, no Maranhão. O pedido foi negado e ainda houve uma identificação errada de onde seria a sepultura de Epiminondas.

Somente nesta década, em 2013, foi feita a exumação para finalmente descobrir os restos mortais de Epaminondas e devolvê-los à família. Os dois netos do político doaram o material de amostra para exames de DNA. 31 de agosto de 2014, finalmente, os restos mortais puderam ser identificados e levados para Porto Franco para que seus parentes pudessem fazer as honras fúnebres. Sob canções populares e religiosas entoadas  realizou-se cortejo até o cemitério Jardim da Saudade, ocorreu o sepultamento, 43 anos depois da morte.

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