Fufuquinha e Alberto Filho votam a favor de Cunha e perdem; cassação avança

Alberto Filho e André Fufuca: voto a favor da corrupção

Alberto Filho e André Fufuca: voto a favor da corrupção

Os dois únicos maranhenses no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados envergonharam o Estado durante a votação do parecer sobre o pedido de cassação do presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). André Fufuca (PP) e Alberto Filho (PMDB) votaram contra o parecer, ou seja, pela impunidade do corrupto Eduardo Cunha. Mas perderam.

Por 11 votos a 9 (incluindo os maranhenses), o Conselho de Ética aprovou o parecer do deputado Marcos Rogério (DEM-RO) pela cassação do mandato do presidente afastado da Câmara. A decisão ocorre uma semana após ser divulgada notícia de que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) a prisão de Cunha.

O peemedebista é acusado, no processo por quebra de decoro parlamentar, de manter contas secretas no exterior e de ter mentido sobre a existência delas em depoimento à CPI da Petrobras no ano passado. Ele nega e afirma ser o beneficiário de fundos geridos por trustes (entidades jurídicas formadas para administrar bens e recursos).

Cunha terá cinco dias úteis a partir da publicação no Diário Oficial para recorrer à Comissão de Constituição e Justiça. Em seguida, o processo irá a plenário.

O deputado maranhense André Fufuca é um dos principais aliados de Cunha na Câmara. Segundo os deputados, ele chama o presidente afastado de “Papi”. Caso Cunha seja cassado, Fufuquinha deverá ter vida muito difícil no parlamento, inclusive se o peemedebista cumprir a promessa de “levar 150 deputados com ele” se cair.

Deputados que votaram sim arriscam posição em 2016

votosimpeachmentOs deputados federais maranhenses que votaram pelo impeachment neste domingo (17) deram um passo arriscado na eleição de 2016. Alguns pretendem sair candidatos este ano. É o caso da deputada Eliziane Gama (PPS), que irá disputar a Prefeitura de São Luís.

A capital maranhense depositou mais de 70% de seus votos na candidata Dilma. Como o voto de Eliziane anulando a eleição de Dilma será entendido por quem a ajudou a se eleger? É um tema que ainda atormenta o entorno da candidata.

O mesmo fantasma assombra outros políticos, como Alberto Filho, cujo progenitor comanda a prefeitura de Bacabal. Victor Mendes também tem o pai candidato à reeleição em Pinheiro.

Por mais que queiram incutir a ideia de que a presidente a presidente não tem mais votos e está queimada em São Luís, não é a realidade absoluta. Cada vez mais a população entende que Dilma não cometeu crime e os verdadeiros criminosos tramam para tomar o poder. O show de horrores da votação do impeachment na Câmara só aumentou o sentimento de vítima de Dilma.

No caso de Eliziane, ainda há um agravante. Ela será associada ao favor que prestou à família Sarney, que almeja a vaga de ministra para Roseana Sarney. Com a possível posse de Temer, o crescimento da família Sarney no plano federal é só uma questão de tempo.

Alberto Filho votará a favor do impeachment por acreditar no “potencial” de Temer

Alberto Filho: agora devidamente "convencido" de que houve crime da presidente Dilma

Alberto Filho: agora devidamente “convencido” de que houve crime da presidente Dilma

A bancada sarneysta da Câmara Federal têm debandado com força a favor do impedimento da presidente Dilma Rousseff. A mudança de opinião de todos que se diziam contra o impeachment ou indecisos mostra uma articulação forte do oligarca José Sarney para mostrar a Michel Temer que lhe deu votos e irá cobrar a fatura em um possível governo do vice-presidente.

O deputado Alberto Filho, que antes se mostrava contrário, anunciou que votará a favor do impeachment da presidente. Segundo o Estadão, Alberto justificou a mudança  dizendo acreditar no “potencial” e “dedicação” do vice-presidente Michel Temer, que assumirá a Presidência caso Dilma seja afastada. Ou seja, o espaço que terá no governo do aliado. “Agora, acredito que houve de fato crime de responsabilidade”, afirmou o parlamentar na maior cara dura.

Hildo Rocha (PMDB) é outro peemedebista “indeciso” que irá declarar voto contra a presidente. Já se comenta nos bastidores de Brasília que até Aluízio Mendes (PTN), que ganhou vários espaços no governo, já prepara o anúncio da mudança de voto e a traição a Dilma.

E são políticos como esses que estarão no poder caso o impeachment se confirme.