Debate da TV Maranhense foi uma tragédia de organização

20140921_001359O que começa mal não tem como terminar bem. O debate da TV Maranhense, de propriedade do deputado estadual Manoel Ribeiro, foi o mais desorganizado das eleições do Maranhão nas últimas décadas. Desde a escolha do data e horário até o encerramento com critérios díspares para as considerações finais.

Sem tradição em cobertura de eleições, a TV Maranhense simplesmente mudou as regras do debate e usou dois pesos e duas medidas para tratar os candidatos. O “jornalista” Bruno Leone uma pergunta com insinuações que fogem ao bom senso e o jornalismo correto.

Os telespectadores foram os primeiros desrespeitados. O debate, marcado para o final da noite de um sábado, começou com mais de meia hora de atraso e invadiu a madrugada deste domingo (21). Houve muita confusão nos bastidores da TV Maranhense por conta do sorteio das perguntas e favorecimento do candidato Edinho. Já estava acordado entre a TV e as organizações que as considerações finais seguiriam a ordem: Edinho, Flávio Dino e Pedrosa. Mas os assessores do peemedebista fizeram confusão por um novo sorteio para que Edinho encerrasse o debate.

Até o segundo bloco, o mediador, Kim Lopes, não tinha sequer o script em mãos e foi alertado de regras pelos  assessores dos três candidatos, da existência de réploca e tréplica em todas as perguntas.

Ao fim, foi dado um direito de resposta a Edinho Lobão para explicar a clínica fantasma do Turu, que depois das denúncias da oposição, foi colocada em funcionamento. A assessoria de Flávio também pediu direito de resposta porque Edinho chamou de mentiroso e teve o direito negado. O clima esquentou entre o advogado da coligação Todos pelo Maranhão e a comissão da TV Maranhense.

Já que teve o direito negado, Flávio aproveitou as considerações finais para reafirmar que a clínica era fantasma e pedir que Edinho devolvesse o dinheiro do aluguel pelo período que nada ali funcionou. Foi interrompido porque o esclarecimento não seria condizente com as considerações finais e teve seu tempo reduzido. Edinho também usou as considerações para falar de Flávio e não foi interrompido, exceto pelo próprio adversário, e debate terminou em meio à muita confusão.

Vergonha para o jornalismo

Bruno Leone com Edinho Lobão e o dono da TV Maranhense, Manoel Ribeiro

Bruno Leone com Edinho Lobão e o dono da TV Maranhense, Manoel Ribeiro

Quem acompanha nosso blog sabe que não costumo falar de jornalistas. Não por corporativismo, mas por entender que cada um tem suas razões para adotar qualquer postura e ser julgado pelos seus leitores-ouvintes-telespectadores. Porém, o que fez ontem o jornalista Bruno Leone ultrapassou os limites e merece uma menção.

O colunista social foi escalado pela emissora para fazer a pergunta no lugar do jornalista Gilberto Léda, de O Estado do Maranhão, que não compareceu ao debate. Profissional competente, provavelmente Gilberto se recusou a fazer ato de tamanha irresponsabilidade.

Lendo uma pergunta, Leone insinuou que Flávio Dino estaria por trás das fugas do complexo penitenciário de Pedrinhas e os incêndios a ônibus em São Luís. Até mesmo o candidato adversário, Antônio Pedrosa, classificou a insinuação como uma leviandade.

Nas redes sociais, jornalistas se disseram envergonhados com a pergunta do colunista social. Muitos classificaram a pergunta como “cretina” e “canalha”.