PPS fica sem comando e tem futuro incerto no Maranhão

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Paulo Matos diz que não quer mais ser presidente e Wellington não deve nem ficar no partido.

Com a filiação da deputada Eliziane Gama à Rede Sustentabilidade, o PPS ainda não tem futuro certo e começará a discutir seus novos rumos. O partido fará reunião nesta quinta-feira (1º) para decidir como ficará o comando da legenda. Os principais líderes do partido hoje, deputado Wellington do Curso (vice-presidente) e o suplente de senador Paulo Matos (secretário geral) não sabem no momento o que será do PPS.

O deputado Wellington do Curso, pego de surpresa com a filiação de Eliziane, disse que ainda não tem uma avaliação pronta e não sabe sequer se continua no partido, pois já tinha uma pré-candidatura à Rede também. “Não sei ainda como ficará o futuro do partido, pois já tinha uma pré-filiação à Rede. Ainda não fiz uma avaliação da conjuntura ainda”.

O secretário geral do partido, Paulo Matos, afirmou que será discutido ainda o comando do partido. Mas ele que já foi presidente da legenda garante que não volta ao cargo. “Vamos analisar. Mas eu não volto à presidência. Já dei minha contribuição no cargo e eu pedi pra sair”, pontuou.

Matos diz que o caminho natural do PPS deverá ser o apoio a Eliziane Gama nas eleições de 2016.

Clã Sarney mais vivo do que nunca

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“Vocês têm que esquecer essa história de grupo Sarney. Isso é passado”. “O grupo Sarney morreu”. “Pra que ficar lembrando o Sarney que não é mais nada. Tem que se preocupar com o agora”. Esta cantinela é repetida seguidamente toda vez que um jornalista não-alinhado ao Clã ousa lembrar os responsáveis pela péssima situação do Maranhão. E a quem mais interessa a ideia de que o grupo não existe mais? Ao próprio grupo, que, com seu poder midiático, se exime da critica e passa a ideia de que qualquer problema que apareça no Estado é fruto dos sete meses do governo Flávio. Pois o Clã não morreu nem deve ser esquecido.

Leia no Garrone: A traição de Sarney

O velho oligarca, que tem instigado seus aliados no Congresso a trabalharem pela queda da presidente Dilma Rousseff, participou na manhã desta quarta-feira (12) de reunião com o ex-presidente Lula e outros caciques do PMDB. Com os ventos favoráveis a Dilma nos últimos dois dias, Sarney já se enturma para parecer um grande aliado da petista.

O ex-presidente da República já havia conseguido emplacar Chiquinho Escórcio para assessoria do vice-presidente Michel Temer para estar muito próximo em caso de queda da petista e ascensão do vice. Como de praxe, cerca o poder central para manter prestígio e poder decisório mesmo sem mandato.

O grupo mantém sua tropa mais fiel na Assembleia Legislativa e na Câmara Federal tentando sangrar o governo estadual transformando denúncias vagas em grandes “polêmicas” através de seus veículos de comunicação. O Clã Sarney mostra que não só não acabou, mas já está muito mais organizado do que nos primeiros meses que sucederam a derrota nas eleições de 2014.

É muito cômodo para o grupo Sarney, após deixar o Maranhão com os piores índices do país, querer o esquecimento. Assim, tem liberdade de atacar o atual governo por problemas que o próprio grupo Sarney causou e ainda acusa Flávio Dino de querer se “escorar” no passado.

Mas este Blog não esquecerá. Até para que o governo atual mire os problemas do passado para fazer um futuro diferente. Os mais pobres do Maranhão esperam isto.

“Quando falamos do ontem, miramos no amanhã”, afirma Flávio Dino

flaviodinoO governador Flávio Dino (PCdoB) rebateu as críticas do grupo Sarney que não quer que o novo governo mostre as práticas do grupo ao longo dos 50 anos de domínio no Maranhão. “Quando falamos do ontem, miramos o amanhã. Devemos falar porque o ontem explica o hoje. Temos obrigação de explicar à sociedade para que nunca mais aconteça. Temos feito um governo sem ódio, sem perseguição, mas que olha o ontem para termos um amanhã melhor”, afirmou.

Flávio deu a declaração durante a apresentação das ações dos primeiros 100 dias do governo na manhã desta sexta-feira (10). Flávio dividiu as ações em áreas estratégicas de atuação: políticas sociais, ampliação da infraestrutura; economia, ciência e tecnologia; combate transparência e combate à corrupção. Esses setores foram considerados prioritários pelo governador, pois garantirão a melhoria da qualidade de vida da população, assegurando direitos básicos.

O Blog destaca as ações de combate à corrupção e o programa Mais IDH. No combate à corrupção, o governo criou a Secretaria de Transparência e Controle já no dia 1º de janeiro e o lançamento do novo Portal da Transparência, que agora torna público 100% dos gastos públicos do governo. “Antigamente apenas 40% dos gastos eram expostos, os outros 60% eram ocultos”, disse Flávio Dino.

Os primeiros resultados de tanto esforço já começaram a aparecer, com uma série de auditorias e investigações a exemplo do combate à agiotagem no Estado. É justamente estas auditorias que têm tirado o sono dos sarneystas e precisam continuar e apurar a fundo como foi gasto o dinheiro público do maranhense nos últimos anos.

O programa Mais IDH, que é o carro chefe do governo, está atuando nos 30 municípios com piores Índices de Desenvolvimento Humano, com o objetivo de reduzir a extrema pobreza no estado e melhorar a qualidade de vida da população. Por enquanto, com documentação e serviços de saúde. Ao responder questionamento do blog, Flávio garantiu que ainda este ano, o programa irá evoluir para as 12 ações e as próximas etapas serão de distribuição de água, saneamento e sistemas de agricultura para ampliar a renda nestes municípios.

Pesquisa mostra que 64,6% acreditam que prefeitura de São Luís vai melhorar

Pesquisa do Instituto DataM mostra como está a atual avaliação do prefeito Edivaldo. A avaliação negativa do prefeito caiu 24,7% de julho de 2014 para fevereiro de 2015. Hoje, os que aprovam e desaprovam o prefeito de São Luís estão quase empatados. Dos entrevistados, 44,5% aprovam o prefeito da capital maranhense. Outros 48,6% não aprovam.

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O que mais chama atenção é a perspectiva do ludovicense quanto ao futuro da administração. As parcerias institucionais da prefeitura de São Luís com o governo do estado e os resultados práticos já aparecendo trazem um novo cenário de melhora. Hoje, 64,6% acreditam que a administração vai melhorar. Já 19,1% acham que nem melhora, nem piora. Outros 12,1% dizem que vai piorar e 4,1% não sabem ou não responderam.

Outro dado é a lucidez do ludovicense que o governo Roseana atrapalhava o prefeito Edivaldo. 62,5% acreditam que Roseana prejudicava o prefeito de São Luís, enquanto 27,5% acham que Roseana tratava igual todas as prefeituras. 10% não sabem ou não responderam.

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Por que Ricardo Murad está tão nervoso?

Ricardo Murad sofre o desprezo que deu aos deputados e futuro preocupa.

Ricardo Murad sofre o desprezo que deu aos deputados e futuro preocupa.

Ele passa o dia tentando achar alguma motivo para vociferar contra a gestão estadual no Facebook. O ex-secretário estadual de saúde, Ricardo Murad, queria arrastar o que sobrou do grupo Sarney para confronto com governo Flávio Dino exclusivamente porque ele gostaria de ter uma bancada para defendê-lo por conta da péssima gestão à frente da saúde.

Parece que é uma questão de tempo até que foi feito na saúde nos últimos quatro anos aparecer e Murad quer ter um grupo de deputados estaduais para defendê-lo. Justamente por isso, fez de tudo para eleger dois deputados: a filha, Andrea Murad, e o genro. Souza Neto.

Mas justamente estas duas eleições estão entre os fatores do insucesso de Ricardo para arregimentar um grupo. A rica campanha de Andrea foi duramente criticada nos bastidores pelos candidatos do grupo Sarney, que reclamavam a concorrência desleal.

Nenhum deputado do grupo Sarney que estava em mandato suporta Murad por sua arrogância e prepotência. A prova foi a movimentação de guerra para as duas eleições de Arnaldo Melo como presidente da Casa quando o cunhado da ex-governadora Roseana Sarney sonhava com a cadeira de presidente.

Também quando foi secretário de Saúde, a mesma falta de consideração com deputados da base acirrou a ira dos parlamentares que não viam os pleitos na área de saúde para suas bases atendidos. O todo-poderoso fez de tudo apenas para a eleição da família. Para tanto, escanteou até seu ex-fiel escudeiro, Fábio Câmara.

Agora, Ricardo colhe os frutos do que plantou levando sua filha a uma humilhante candidatura a presidência da Assembleia Legislativa desnecessária. Tentou formar um gruo de oposição ferrenha Flávio Dino dentro do PMDB e não teve um apoio sequer. Como disse o deputado Roberto Costa em uma reunião do PMDB, Ricardo “acabou o governo de Roseana”. E acabou torrando centenas de milhões em obras inúteis e serviços que ninguém viu e nenhum deputado da base teve ganho político nas bases para agora ter algum agradecimento a Ricardo. Pelo contrário, querem deixá-lo ainda mais isolado.

Só resta ao ex-homem forte do governo passar o dia reclamando no Facebook. E é bom se preparar para o que está por vir, quando a caixa preta da secretaria de saúde for aberta.

Futuro da Fundação ainda é incerto, mas corte de privilégios é realidade

FMRB: se é pra continuar pública deve servir pra memória da República como um todo e não de adoração a Sarney

FMRB: se é pra continuar pública deve servir pra memória da República como um todo e não de culto a Sarney e boquinha de privilegiados

O governador Flávio Dino por meio das redes sociais afirmou nesta sexta-feira (16) que está analisando a questão da Fundação da Memória Republicana Brasileira (FMRB). Mas a ideia é o melhor uso do dinheiro público o que inclui cortes de privilégios e desperdícios.

Anna Graziella Neiva que preside a FMRB desde agosto de 2012 e que no ano passado foi eleita por um conselho interno para um mandato de mais seis anos encaminhou para o governador uma lista com pedidos de renomeação de servidores. Aliás, o governo ainda deve rever a lei e encaminhar novo projeto à Assembleia Legislativa sobre este mandato que garante boquinha a Graziella por um período tão longo.

A lista em questão é a mesma dos atuais 48 funcionários, sendo que todos são comissionados e mantidos com recursos da Secretaria de Estado da Educação.

A Folha de pagamento mensal, que custa aos cofres públicos mais de R$ 174 mil, inclui vencimentos que chegam a mais de R$ 9 mil. Na postagem, o governador disse ainda que vai analisar o quadro de funcionários, o acervo e a disponibilidade de espaços.

Em resposta ao pedido de Graziella, Marcelo Tavares alegou que a presidente não seguiu as normas do DECRETO Nº 30.622, de 02 de janeiro de 2015, que regulamenta as nomeações para cargos em comissão no âmbito dos órgãos do Poder Executivo. Pelo disposto, os Secretários de Estado e dirigentes de órgãos públicos, após fazer a conferência da documentação referida no artigo 1º do Decreto, devem encaminhar a documentação dos servidores à Casa Civil, na forma prevista no Decreto. Nada disso foi feito, constando apenas uma lista de nomes enviados ao governador por Graziella, tornando impossível a renomeação.

A atitude não segue a lógica de perseguição política, mas de enxugamento da máquina estatal utilizada em todos os setores da administração pública estadual.

Roseana libera deputados “aliados” para seguirem qualquer caminho

Roseana com ex-base aliada.

Roseana com ex-base aliada.

Durante o almoço de despedida da governadora Roseana Sarney (PMDB) com deputados da base aliada, a governadora ouviu os parlamentares e afirmou que todos estavam liberados a seguir o caminho político que desejarem. Ou seja, quem quiser seguir com Flávio Dino, o fará.

“Não tenho mais nada a oferecer”, resumiu Roseana, sabendo da debandada da base a partir do momento que ela deixar o Palácio. A governadora disse que sabe que só se manterão no grupo os que forem extremamente fiéis ou que estiverem insatisfeitos com Flávio Dino.

Roseana confirmou o que blog já havia adiantado em primeira mão: passará quatro meses fora do Brasil assim que entregar o cargo ao deputado Arnaldo Melo (PMDB) na próxima segunda-feira (8). Como não houve consenso na Assembleia pela aprovação do projeto que daria o mandato efetivo a Arnaldo Melo, o atual presidente do parlamento assume o governo interinamente, e Max Barros, atual vice-presidente, comanda a Assembleia.

Roseana ficará no Maranhão e já monta escritório na Beira Mar

roseanaA governadora Roseana Sarney (PMDB) parece não pretender deixar o Maranhão ao final do mandato. A governadora já começa a montar um escritório na Avenida Beira Mar para tocar seus negócios a partir de 1º de janeiro de 2015.

O novo negócio de Roseana tem a parceria de Anna Graziella, Olga Simão e outras mulheres do governo.

A governadora sempre disse que pretendia ir para Miami, na Flórida-EUA, após o governo. Mas ao que parece, está já arrumando a continuação de suas atividades no Maranhão.

Edinho atribui derrota a caso Petrobrás, falta de convênios e desejo de mudança

edinhoEm entrevista ao jornal O Imparcial, o suplente de senador Edinho Lobão (PMDB) falou de sua trajetória na campanha eleitoral de 2014. Após a derrota, admitiu que o escândalo da Petrobrás, a falta de convênios eleitoreiros para motivar os prefeitos e o forte desejo de mudança foram os principais fatores que determinaram sua derrota. Edinho também fala do seu futuro.

Confira a entrevista na íntegra:

O senhor acredita que a crise da Petrobras lhe atrapalhou, mas por qual motivo não acabou interferindo na votação da Dilma Rousseff?

Boa pergunta. Nós vínhamos numa crescente na campanha. Monitorávamos os números, principalmente em São Luís e em Imperatriz. Quando a saiu a pesquisa Ibope, no sábado estávamos a 10 pontos do nosso adversário, no mesmo dia eclodiram as denúncias em relação a Petrobras. Nos quatro dias seguintes, eu caí mais de 20 pontos em São Luís e em Imperatriz mais de 20, a diferença na capital chegou a ser de 4 pontos, antes da denúncia. Então aqui impactou demais minha eleição, principalmente nesses dois centros. O fato de ter sido o meu pai citado naquela delação e não a Dilma, impactou diretamente a minha candidatura e não a dela.

Existiram outros motivos para a sua derrota?

Depois disso vieram várias ocorrências, ônibus pegando fogo, o problema de Pedrinhas. Mas acredito que o que mais me atrapalhou foi a expectativa dos convênios que foram firmados com o governo e não foram cumpridas este ano. Tanto que surgiu o discurso de que não podia se empenhar na minha campanha, pois os recursos para as obras não estavam chegando e assim não teriam como defender o governo e a minha candidatura que estava vinculada. Aí você soma tudo isso, ao desejo de mudança e chega ao resultado que foi apontado pelas urnas. Eu fiz uma campanha leonina, sem dinheiro, corajosa, em um estado que tinha um sentimento pró-Flávio Dino e eu andei cerca de 40 municípios por mês, totalizando 160.

O senhor poderia então afirmar que faltou empenho da governadora na sua candidatura? Faltou ajuda dela?

Não posso dizer isso. O que posso dizer é que ela enfrentou problemas muito grandes em seu governo, o que lhe impediu de estar comigo na campanha. Ela foi comigo em três comícios. Eu fiz uma campanha sozinho.

E mesmo fazendo sozinho, o senhor acredita que saiu derrotado?

Eu não saí derrotado, eu tive quase 1 milhão de votos. Dentro dessas condições que já lhe apresentei, acredito que esses votos são meus e não do governo, que foram depositados em minha confiança, por conta do meu trabalho. Agora ninguém mais pode dizer que eu sou um senador sem votos.

Esses quase um milhão de votos lhe credenciam para ser a liderança desse grupo. O senhor deseja ocupar esse posto?

Eu agora tenho que voltar pra minha casa. Eu agora vou refazer a minha vida. Eu não quero pensar em política agora. É claro que não posso abandonar as amizades e compromissos que fiz. Vou permanecer como cidadão, mantendo acesa essa chama da amizade construída ao longo desse caminho. Mas eu não tenho mais nem vontade de permanecer no Senado. Por mim, quero que meu pai volte a ocupar sua vaga e eu retome meus negócios. Então não tem essa visão de permanecer como oposição no Senado. Então deixa o quadro político se estabilizar para eu pensar melhor.

Daqui dois anos teremos eleição para prefeito. Sua votação dentro de São Luís foi expressiva. O senhor se considera credenciado para entrar nessa disputa?

Jamais.

Qual o motivo do desinteresse nesse cargo?

Deixa eu lhe explicar. Eu não escolhi esse caminho para mim. Do fundo da minha alma lhe digo com toda sinceridade, se eu não tivesse naquele hospital, naquele quarto, naquele estado de saúde, se não tivesse um conjunto de coisas, eu jamais teria sido candidato. Não é por conta da dificuldade, mas é por não entender que isso era pra mim. Aceitei, pois entendi como um chamado de Deus. Aí você pode me perguntar, se eu me arrependo, eu digo com toda clareza, não me arrependo. Agora também não posso negar a você, que ter andado pelo interior do meu estado como candidato majoritário, mexeu comigo. Ver as pessoas, as crianças, abraçando e chorando. Mulheres e homens. Essa experiência muda a gente e me mudou. Eu tinha um propósito de mudar o Maranhão de verdade. Mas essa não foi a vontade do povo e nem de Deus. Então vou fazer o que eu puder para ajudar. Agora eu me candidatar a prefeito não há menor hipótese.

O senhor acha que se tivesse descolado da família Sarney, teria uma votação melhor?

Só teria uma forma disso acontecer, se eu brigasse com Roseana. E eu não iria brigar com a governadora para me favorecer, afinal seria uma falta de caráter enorme. Existiam limites que eu não avançaria para me tornar governador. Me acusaram de forjar aquele vídeo. Eu jamais faria aquilo. Sobre hipótese nenhuma eu faria aquilo. Mesmo se prometessem a vitória, eu não faria. Eu saio dessa eleição com a consciência tranquila. Sai limpo dessa eleição. Não me comprometi com ninguém. A minha campanha foi pobre financeiramente, de apoios políticos dúbios e de 217 prefeitos, eu só tive de 10 a 15 me apoiando firmemente. Eu tive que sobreviver a isso tudo, mas foi meu destino e me rendo a ele.

O que o senhor tem a dizer aos seus aliados que lhe abandonaram na reta final?

Eu vou dizer: o povo há de julgar. Não me sinto no papel de juiz para avaliar o comportamento desses políticos. Eu fiquei chateado, mas cada um é livre para fazer suas escolhas. Ninguém tinha contrato comigo, o que existia era um sentimento de amizade e lealdade, se eles não foram assim comigo, paciência.

Analisando hoje a sua campanha. O senhor teria feito algo diferente, que poderia lhe levar a vitória?

Nesses últimos quatro meses, se não existissem esses fatos exógenos a campanha, o resultado poderia ser diferente. Mas os fatos ocorreram. Eu acho que o governo não me ajudou em nada. Historicamente o governo foi um parceiro do seu candidato, eu não tive essa parceria, pelo contrário, tive de vencer resistências. Tiver que vencer adversidades como convênios que não foram assinados, desgastes internos do governo, tudo acabou ficando nas minhas costas. Eu tive que andar com esse fardo e esse fardo se demonstrou pesado demais para alcançar a vitória.

E fica uma mágoa em relação à Roseana?

Não.

E em relação ao seu vice? Ele lhe abandonou também?

Negativo. Meu vice ocupou uma função extremamente estratégia. Eu lhe dei uma missão importante. Ele precisava manter o contato com a classe político em todo momento. Arnaldo Melo ficava aqui em São Luís, ligando para nossos aliados, segurando eles aqui. Ele foi responsável por segurar muitos aliados no nosso campo. Tanto que publicamente somente Hélio Soares, Marcos Caldas, Léo Cunha e Dr Pádua, declararam apoio ao Flávio Dino. Sei que os outros cruzaram os braços, mas Arnaldo foi o responsável por segurar muitos aliados.

Alguma coisa lhe deixou chateado nessa campanha?

Eu tive surpresas. Mas o que mais surpreendeu foi à postura do Edmar Cutrim. Eu jamais poderia imaginar que ele teria uma postura como ele teve. Logo por conta da relação que o Edmar tinha com a minha família. Aí podem dizer que a política é podre, mas não entendo dessa forma. A política é linda, mas ela tem seu lado ruim. Não é possível tirar o lado ruim. A postura do Edmar Cutrim não foi absurda, mas me chatou, foi uma grande decepção, fiquei pasmo.

Em relação ao PT. Houve a gravação do Lula, faltou a gravação da Dilma e a presença dos dois aqui no Maranhão. Fica uma mágoa com a Dilma?

A Dilma não gravou, não veio e também distribuiu material com o Flávio Dino. Eu acho que ela foi injusta comigo, mas também não guardo mágoas. O Lula foi fantástico comigo.

E qual vai ser a tua postura no segundo turno?

Eu costumo ter uma palavra só. Eu disse que apoiaria a Dilma até o fim e assim eu vou.

O Flávio era candidato a 4 anos e o senhor a 4 meses. Se o senhor tivesse tido o mesmo tempo, o senhor acredita que teria sido vitorioso?

Se eu tivesse mais controle sobre as ações do governo e se eu tivesse tido o tempo que o Luis Fernando teve, certamente o resultado teria sido diferente. O governo não me ajudou, pois tinha seus problemas, não por má vontade, mas por conta dos seus problemas. Eu não estou dizendo que o governo foi o culpado pela minha derrota. Mas se tivesse agido de forma diferente, o governo poderia ter me levado a vitória. Outro problema era a questão do tempo de governo, era antigo e mesmo assim não era ruim, mas o sentimento de mudança era muito grande.

Quais são seus planos para o futuro?

Cuidar da minha família. Agora quero nem pensar em política. Em 2016, tenho uma dívida de gratidão com alguns amigos e eu vou procurar ajuda-los. Eu penso organizar a minha vida, que está largada a muito tempo por conta do Senado e eu quero cuidar um pouco de mim. Já disse ao meu pai que nem quero ficar no Senado, quero voltar pra casa. Saio sem segundas palavras, saio como se tivesse tirado um fardo das minhas costas. Agora estou leve. Não sei qual tipo de perseguição vou sofrer. O que o governo adversário vai fazer comigo.