Roberto Rocha diz que Caixa 2 era legal no período que seu pai foi governador

O senador Roberto Rocha se manifestou através das redes sociais de postagem do jornalista Jeisael Marx. Rocha havia se vangloriado de não ter aparecido em nenhuma delação da Lava Jato. Mas o jornalista revelou que que o ex-governador Luíz Rocha estava na lista de beneficiados e aparecia com o codinome “Pedra” em uma extensa planilha apreendida em 2016 numa residência do ex-diretor da Odebrecht Infraestrutura, Benedicto Júnior, o BJ.

A tal planilha contém dados de 30 anos de doações irregulares que a empresa efetuava para patrocinar campanhas eleitorais em todo o Brasil. Luiz Rocha governou o Maranhão entre os anos de 1983 e 1987 com o aval do grupo Sarney.

Na resposta, além de ataques ao governador Flávio Dino como se ele tivesse alguma a ver com a postagem do jornalista, o senador Roberto Rocha também atacou os jornalistas que ousaram tocar no assunto. Como de praxe, quando não se pode atacar o argumento, se ataca o argumentador, como destacou o francês Paul Valéry.

Mas o ponto mais importante e a única defesa foi feita em apenas duas linhas das 78 utilizadas pelo senador para atacar Flávio: “Meu Pai foi candidato ao governo do estado do Maranhão no início da década de 80, portanto muito distante dos dias e das leis atuais. Naquela época ninguém era acusado do que Flávio Dino está sendo acusado hoje”.

Rocha, assim, admite que Luíz Rocha foi beneficiado por dinheiro da Odebrecht para suas campanhas, ignorando o aspecto moral e se apoiando no legal: já que para ele, as leis da época não determinavam que Caixa 2 era crime. Mas hoje em dia, ainda não existe lei tipificando Caixa 2 como crime e espera-se que a reforma política resolva isto, de forma objetiva.

O que existe hoje é uma interpretação de que o abuso de poder econômico e político é reforçado com o Caixa 2. Claro que em um período corolenista como os anos 80, esta interpretação atacando diretamente poderosos jamais existiria.