Sete partidos vão ao STF contra redução da maioridade penal

Do Congresso em Foco

Deputados de sete partidos (PPS, PMDB, PSB, PT, PCdoB, PSOL e PDT) confirmaram nesta quinta-feira (2) que ingressarão com um mandado de segurança no Supremo Tribunal Federal (STF) questionando o processo de votação da PEC (proposta de emenda à Constituição) que estabelece a redução da maioridade penal. A petição será impetrada no STF na próxima terça-feira (7).

A redução parcial da maioridade penal foi aprovada na madrugada desta quinta-feira (2) pela Câmara, com 323 votos a favor, 155 contrários  e 2 abstenções. Na madrugada anterior, quando a Casa rejeitou o substitutivo do deputado Laerte Bessa (PR-DF) sobre a punição a jovens de 16 17 anos, as bancadas de PSD, PSDB, PHS e PSC apresentaram emenda aglutinativa reduzindo a maioridade penal apenas em casos de crimes hediondos (homicídio qualificado, latrocínio, sequestro, estupro, entre outros), homicídio doloso (intencional) e lesão corporal seguida de morte. A matéria teve o apoio do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

A manobra, entretanto, foi criticada por parlamentares das sete bancadas, que classificaram a virada como uma “pedalada regimental”. A intenção dos deputados é entrar com a ação no Supremo alegando que a votação desrespeitou o artigo 60, parágrafo 5º, da Constituição Federal. De acordo com o dispositivo, “nenhuma proposta que tenha seu conteúdo rejeitado pode ser novamente apresentado em uma mesma sessão deliberativa”.

O ex-presidente do STF Joaquim Barbosa concorda com a tese de que a votação da madrugada desta quinta-feira (2) feriu a Constituição. Além disso, os parlamentares alegam que a proposta de redução da maioridade penal também fere cláusula pétrea constitucional.

“Nenhum poder absoluto é democrático. Nenhum poder absoluto pode se dar nesta Casa, que é a casa da soberania e da democracia”, disse o vice-líder da oposição na Câmara, deputado Raul Jungmann (PPS-PE), ao criticar o comportamento de Cunha. Segundo o parlamentar, o que ocorreu com a PEC da maioridade penal na Câmara “foi um processo ditatorial e absolutista, e isso não condiz com a República nem tampouco com a democracia”.

Jungmann afirmou que a vingança não pode servir de base para uma política pública. “Se isso acontecer, estaremos eliminando as leis, a Justiça, o Estado, ou seja, estaremos de volta a uma situação de barbárie”, alertou. Com a deliberação desta madrugada, avaliou o pernambucano, é nessa direção que o Parlamento caminha.

Ainda segundo o vice-líder da oposição, os partidos que não concordam com a PEC da redução da maioridade estão dispostos a negociar propostas como a do senador José Serra (PSDB-SP) e a do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), que ampliam o período do tempo de internação de menores infratores.

Bancada maranhense bem dividida sobre redução da maioridade penal

Deputados contrários ao projeto de redução da maioridade penal comemoram a rejeição da PEC na Câmara dos Deputados, em BrasíliaA Câmara Federal rejeitou, já na madrugada desta quarta-feira (1º), a PEC (Proposta de Emenda Constitucional) 171/93, que previa a redução da maioridade penal de 18 anos para 16 anos de idade para os crimes considerados “graves”. No total, a proposta recebeu 184 votos contra, 303 votos a favor e 3 abstenções. Mas, por se tratar de Emenda à Constituição, precisava de 308 votos a favor.

Como o texto rejeitado foi o substitutivo apresentado pelo relator Laerte Bessa, a Câmara poderá votar, ainda nesta quarta-feira, a proposta original apresentada pelo ex-deputado federal Benedito Domingos (PR-DF), que prevê a redução da maioridade penal de 18 para 16 anos de idade para todos os crimes, e não apenas para os crimes hediondos e outros tipos considerados graves.

A bancada do Maranhão foi muito dividida na votação. Apenas o deputado Victor Mendes esteve ausente. Governistas e oposicionistas estavam dos dois lados. Nove maranhenses votaram a favor da redução da maioridade penal e oito contra.

Deputados do Maranhão a favor da redução da maioridade penal

André Fufuca

Aluisio Mendes

João Castelo

José Reinaldo

Juscelino Filho

Cléber Verde

Hildo Rocha

Alberto Filho

Júnior Marreca

Deputados do Maranhão contra da redução da maioridade penal

Rubens Júnior

Pedro Fernandes

Eliziane Gama

Zé Carlos

Sarney Filho

Weverton Rocha

João Marcelo

Waldir Maranhão

Ato ‘Maranhão Contra a Redução da Maioridade Penal’

O Governo do Estado, através das Secretarias de Estado dos Direitos Humanos e Participação Popular (Sedihpop), da Juventude (Seejuv), Fundação da Criança e do Adolescente (Funac), em parceira com o Conselho Estadual da Criança e Adolescente (CEDCA) e o Centro de Defesa Marcos Passerini, promove nesta terça-feira (30), o ato público ‘Maranhão Contra a Redução da Maioridade Penal’, a partir das 14h30, em frente à Biblioteca Pública Benedito Leite, Praça Deodoro (Centro).

O ato ocorrerá em consonância com outras atividades que serão realizadas em todos os estados. Convocados pela Frente Nacional Contra a Redução da Maioridade Penal, os atos têm como objetivo manifestar-se contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC 171/93), que prevê a redução da maioridade penal de 18 para 16 anos para os casos de crimes hediondos (como estupro e latrocínio), lesão corporal grave, homicídio e roubo qualificado. As atividades ocorrerão na terça-feira (30), por ser neste dia, que o plenário da Câmara Federal votará em primeiro turno, a PEC 171/93.

Além das secretarias e órgãos de governo, o ato público ‘Maranhão Contra a Redução da Maioridade Penal’ contará com a participação de representantes de vários movimentos sociais de luta pelos direitos de crianças, adolescentes e jovens, de todo o estado.

Política maranhense em notas

Sarney e o nome da ponte

Questionado por um veículo de comunicação nacional sobre a mudança do nome da Ponte José Sarney (que liga o São Francisco ao Centro), o oligarca saiu com esta: “Quem colocou o nome foi o vice para me homenagear, o Antônio Jorge Diiiinnnnoo”. Sarney fez questão de enfatizar o Dino para dar a entender que seria a família do governador Flávio Dino quem o homenageou. Só que o ex-vice-governador curupuense falecido em 1976 não é ancestral de Flávio. Mas não tem como negar que o perspicaz Sarney teve uma boa sacada.

Áurea se reúne com Roberto Rocha

A secretária estadual de Educação, Áurea Prazeres, se reuniu nesta sexta-feira (19) com o senador Roberto Rocha (PSB-MA). Na pauta, projetos e busca de recursos para a educação do Maranhão. Mas, como nos bastidores se comenta muito o distanciamento de Áurea do deputado federal Weveton Rocha, o encontro chama atenção. Áurea é indicada do PDT para o cargo.

Fábio Câmara e Roberto Costa amigos

fabiorobertoO Maranhão inteiro sabe da relação de guerra entre os peemdebistas Fábio Câmara e Roberto Costa. Mas, na frente de Roseana, durante encontro do PMDB, a dupla parecia de grandes amigos, sentados bem perto. E mais estranho ainda foi o discurso de Câmara enaltecendo Costa e agradecendo ao deputado pelo início da sua carreira no partido. Pressão de Roseana ou sarcasmo? A interpretação é livre.

Moral para o chefe

Depois de ter sido defenestrado por Ricardo Murad no ano passado, quando o “Tratorzão” preferiu apoiar as candidaturas da filha e do genro contra Fábio Câmara, o vereador passou um tempo em atrito com o ex-secretário de Saúde. Mas parece já estar alinhado ao seu mentor político. Com Murad humilhado no encontro do PMDB, Fábio foi o único que deu moral, afirmando que Ricardo tem estatura e bagagem e precisa ser chamado para discutir o processo eleitoral do ano que vem.

Maranhenses são os mais ausentes

zevieiraniceDos 513 deputados federais, apenas quatro faltaram mais da metade das sessões na legislatura passada. O equivalente a dois anos inteiros de falta no trabalho. Nice Lobão (PSD-MA) e Zé Vieira (Pros-MA) são a segunda e terceiro mais ausentes. Nice Lobão deixou de comparecer a 60% das 365 sessões em que exerceu mandato. A ex-deputa­da somou 222 faltas. Curiosamente, é mãe do campeão de faltas no Senado, Edinho Lobão (PMDB-MA), que exerceu o mandato entre 2011 e 2014. A ex-deputada alega que suas ausências decorreram de problemas de saúde, jus­tificadas em atestados médicos. Zé Vieira faltou a 53% das reuniões que a Câ­mara reservou para votação em quatro anos. O campeão de faltas foi João Lyra (PSD-AL) e quarto mais faltoso foi Paulo Maluf (PP-SP). Para o bem do Maranhão no Congresso, os dois não foram reeleitos.

Contra redução da maioridade penal

flaviodinoO governador Flávio Dino (PCdoB) se posicionou sobre a redução da maioridade penal, aprovada na Comissão especial da Câmara Federal. Para Flávio, o aumento do encarceramento não resolve as questões de segurança e pode ter como consequência o recrutamento de pessoas cada vez mais jovens para compor organizações criminosas, entrando no ciclo vicioso. “Como humanista, socialista, cristão e pai me pergunto se a saída é encarcerar crianças e adolescentes”, disse o governador durante o Seminário de Educação, Ciência e Tecnologia.

Bancada maranhense e a redução da maioridade penal

A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 171/93, que trata da redução da maioridade penal, foi aprovada nesta terça-feira (31) na Comissão de Constituição de Justiça e Cidadania por 42 votos favoráveis contra 17. O próximo passo será a instalação, pela presidência da Câmara dos Deputados, de uma comissão especial que irá discutir o mérito do projeto. A proposta reduz de 18 para 16 anos a maioridade penal.

Rubens Pereiria Júnior (PCdoB), Juscelino Filho (PRP) e André Fufuca (PEN) foram os maranhenses que participaram da votação como membros da CCJ. A deputada Eliziane Gama também se manifestou sobre o tema e demonstrou a divergência da bancada maranhense.

Veja o que eles pensam.

Rubens Júnior (PCdoB) – contra

rubensO vice-líder do PCdoB na Câmara dos Deputados, Rubens Pereira Jr, defendeu o adiamento da decisão para que a CCJ tivesse mais tempo para debater as Propostas. Mas a votação ocorreu. Rubens afirmou ser contra a redução por ir contra o que preceitua a Constituição. ” O artigo 228 da Constituição Federal afirma que os menores de 18 anos são inimputáveis e sujeitos às normas de uma legislação especial. Assim, a redução da maioridade penal iria ferir este artigo que também teria características de direito fundamental. Não há como conceder a possibilidade de se dar admissibilidade desta PEC”. Rubens não participou da votação desta terça-feira por motivo de saúde.

André Fufuca (PEN) – a favor

andrefufuca_PECFufuquinha foi um ferrenho defensor da redução da maioridade penal. Para o deputado, a redução acabará com a sensação de impunidade do brasileiro. “O povo brasileiro exige que o projeto ande e que seja votado logo. Não é possível que uma matéria de tamanha importância fique tanto tempo parada. Hoje fizemos valer a voz das ruas e demos um grande passo rumo ao enfrentamento da impunidade em nosso país”

Eliziane Gama (PPS) – contra

Eliziane Gama - comissão“Ao invés de atacar as causas nós estamos atacando os efeitos. Esta defesa da redução está pautada na exceção, pois apenas 0,2% dos homicídios no país são cometidos por jovens na faixa etária de 12 a 18 anos incompletos. Na contramão disto, o que temos é o extermínio de jovens no Brasil que está em nível inaceitável e inadmissível, principalmente de negros e pobres”

Juscelino Filho (PRP) – a favor

photo331846349319415821“Eu sou favorável à redução da maioridade penal para 16 anos, nos crimes contra a vida e contra a dignidade da pessoa humana. Os demais atos infracionais praticados por jovens menores de 18 anos em conflito com a lei devem ser objeto de medidas socioeducativas. Defendo o agravamento das penas para os mandantes: quem induz jovens ao delito precisa ser atingido pela severa e pesada mão do estado”.