CNM alerta para dificuldade financeira dos municípios; São Luís paga em dia, apesar da crise

cnmEm nota, a Confederação Nacional dos Municípios (CNM) alertou para a situação de queda dos repasses do Fundo de Participação dos Municípios (FPM). De acordo com a entidade, a situação é preocupante. “A situação de queda nominal dos repasses realizados ao fundo tem deixado os gestores em uma difícil situação: menos recurso para custear o aumento de obrigações e o aumento de preços consequente da alta inflação”, afirma a nota. De acordo com dados da Confederação Nacional dos Municípios (CNM), no decorrer dos últimos quatro meses, os municípios brasileiros receberam R$ 27,79 bilhões do FPM. No ano passado esse valor era de R$ 29 bilhões, um decréscimo de 4,16%.

Se forem contabilizados os efeitos da inflação, a redução se torna ainda mais expressiva. Pelos cálculos da entidade, o Fundo acumulado em 2016 ficou 12,78% menor do que no mesmo período do ano passado – de janeiro a abril. A entidade orientou os gestores municipais a reforçarem o planejamento financeiro.

Nos estados, a situação também não é animadora: levantamento feito pelo jornal O Estado de São Paulo identificou que 11 estados brasileiros já atrasaram, parcelaram ou escalonaram a folha de pagamento desde o ano passado, afetando cerca de 1,5 milhão de servidores.

Servidores

Em São Luís, mesmo sem estar imune à crise financeira enfrentada pela maioria dos municípios brasileiros, a prefeitura está conseguindo honrar o compromisso com os funcionários e manter o equilíbrio orçamentário. O planejamento realizado pelo prefeito Edivaldo Holanda Júnior no início da sua gestão tem possibilitado quitar em dias a folha de pagamento de servidores, aposentados e pensionistas.

Na capital maranhense, o FPM, somado ao  Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e ao Imposto de Propriedade Sobre Veículos Automotivos (IPVA), representa mais de 60% dos subsídios arrecadados pela capital maranhense.

Além do corte de gastos, outra estratégia adotada pela Prefeitura é a intensificação dos projetos de modernização e tecnologia, com a realização de malhas de fiscalização. Os procedimentos incluem higienização do cadastro; troca de informações com órgãos externos; e atuações diretas em setores econômicos específicos, a exemplo do Simples Nacional, do Cadastro de Empresas Não Estabelecidas (CENE), das instituições financeiras; etc.

“Os projetos de malhas de fiscalização tem proporcionado que a arrecadação própria da Prefeitura não sofra queda. Com a estabilização da economia esperamos, em breve, termos condições de aumentar os recursos. Mas estamos conseguindo. Ao longo da gestão conseguimos inclusive promover reajuste aos servidores”, disse otimista o secretário Rodrigues.

Vale lembrar

Quando Edivaldo assumiu o comando do executivo municipal, em 2013, encontrou a prefeitura em sério risco de colapso financeiro, com uma dívida que chegava a R$ 1 bilhão e uma folha de pagamento dos servidores atrasada. Naquele ano, o rigoroso planejamento adotado pela gestão fez com que se conseguisse quitar não só os salários do ano em curso, mas também os atrasados – totalizando 14 folhas de pagamento para o funcionalismo municipal, só em 2013.

Causa dos atrasos dos terceirizados da saúde: gestão Ricardo Murad

Maior responsável pelos atrasos dos pagamentos dos terceirizados, Ricardo Murad agora cobra novo governo

Maior responsável pelos atrasos dos pagamentos dos terceirizados, Ricardo Murad agora cobra novo governo

Em sua conta no Twitter, o governador Flávio Dino falou sobre os problemas com o setor da saúde, alegando que o problema dos atrasos dos terceirizados deriva do fato de não terem deixado dinheiro em caixa e muitas dívidas. Isso porque o atraso de pagamento de alguns terceirizadas é desde outubro. E as dívidas deixadas pela gestão anterior são enormes.

“Problemas com pagamentos de terceirizados derivam de um único fato: o não pagamento, pelo governo anterior, do que deviam”, afirmou Dino.

O governador complementa relatando a dívida e  complementando com outro sério problema, a falta de organização das empresas terceirizadas que ainda não entregaram as notas de janeiro de 2015. “Por exemplo, só na saúde já pagamos R$ 87 milhões de débitos de 2014. Deixaram lá sem pagamento mais de R$ 180 milhões relativos a 2014. Há outro problema: algumas empresas não estão entregando as notas relativas a janeiro de 2015. Sem isso, como pagar?”, finalizou.

Decreto de Roseana proibia Arnaldo de pagamentos nos últimos dias de governo

O ex-governador tampão, Arnaldo Melo, agiu com irregularidade nos pagamentos realizados no apagar das luzes, inclusive indo de encontro com o Decreto 30.513, de 27 de novembro de 2014, assinado pela ex-governadora Roseana Sarney. O decreto estabelece as normas orçamentárias e financeiras para o fim do exercício de 2014.

Não querendo que Arnaldo mexesse nos cofres, o decreto de Roseana estabeleceu que todos os empenhos de 2014 só poderiam ser realizados até 10 de dezembro, justamente quando ela deixou o governo. O Decreto também limita a liquidação dos empenhos até dia 22 de dezembro de 2014 e as ordens bancárias até o dia 29 de dezembro de 2014. Também ficou determinado que nenhum pagamento poderia ser adiantado até dia 12 de dezembro.

Ou seja, até mesmo por decreto de Roseana, Flávio Dino agiu com legalidade ao suspender os ordens bancárias de Arnaldo no “apagar das luzes”. Somente nos dois últimos dias de governo, Arnaldo autorizou 400 pagamentos que dariam um prejuízo de R$ 50 milhões aos cofres públicos.

Confira parte do decreto:

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Arnaldo Melo pagou mais de R$ 1 milhão para empresas de sua família no fim de dezembro

arnaldoDo Jornal Pequeno

Nos últimos dias de governo interino, o deputado Arnaldo Melo (PMDB) pagou a empresas de sua família um valor que ultrapassa a cifra de R$ 1 milhão. Dados fornecidos pelo Portal da Transparência do Governo do Estado mostram que no dia 30 de dezembro, o deputado que respondia pelo Governo do Estado depositou na conta de dois hospitais particulares de propriedade de sua família um montante de R$ 1.081.926,88.
No apagar das luzes do Governo, um dos grandes beneficiados com pagamentos feitos a toque de caixa foi o próprio governador interino. Através da Clínica do Coração Ltda (localizada em Colinas), da Clínica São Sebastião Ltda (em Passagem Franca) e do Hospital Santa Luzia, Arnaldo Melo transferiu para empresas de sua família valor que ultrapassou a cifra do milhão em apenas 3 dias.
A primeira clínica pertence a Nina Ceres de Couto Melo Aroso, filha de Arnaldo Melo e deputada estadual eleita pelo PMDB. Como seu pai deixou de concorrer ao cargo de deputado para compor a chapa de Edinho Lobão nas disputas pelo governo, sendo derrotado por Flávio Dino. Ela recebeu um total de 871.257,85 no dia 30 de dezembro. O valor foi dividido em três parcelas, todas pagas no mesmo dia.
A clínica localizada em Passagem Franca pertence a Valderes Maria Couto de Melo, esposa do deputado que exerceu o governo para substituir Roseana Sarney por 21 dias. A parcela depositada tem valor de R$ 111.136,49, realizada também nos últimos dias de governo.
Já o hospital Santa Luzia (localizado no município de Santa Luzia do Paruá) que pertencia à mãe de Arnaldo Melo e hoje é propriedade de seus sobrinhos (Rafael Damasceno Melo) recebeu também no apagar das luzes a soma de R$ 99.532,54. Todos os valores estão disponíveis no Portal da Transparência do Governo do Estado.

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