Justiça bloqueia bens de Ricardo Murad novamente

Mais um bloqueio de bens do ex-secretário de Saúde do Estado, Ricardo Murad. Ele e mais 13 acusados no esquema envolvendo a escandalosa reforma do Hospital Pam Diamante tiveram seus bens bloqueados pela Justiça Federal.

durou quase cinco anos, contou com inúmeros aditivos ao contrato e custou R$ 13,7 milhões aos cofres do Estado do Maranhão. Auditoria da secretaria de Transparência e Controle revelou que pelo menos R$ 2 milhões teriam sido desviados na reforma. O valor total da obra foi de R$13, 7 milhões. Para a obra foram utilizados recurso do BNDES.

Os auditores constataram no local foram as péssimas condições com relação à estrutura física.O banheiro interditado porque o sistema hidráulico foi mal dimensionado e causou refluxo. Barra de ferro assentada com ferrugem, indicando que não foi trocada durante a reforma. Danos no forro em vários pontos, causados por infiltrações no telhado, que não foi trocado.

Por conta das irregularidades, a justiça ordenou o bloqueio no valor máximo de R$ 2.100,589,82 (dois milhões, cem mil quinhentos e oitenta e nove reais e oitenta e dois centavos) divididos entre os 16 acusados, R$ 131.286,86 (cem mil, duzentos e oitenta e seis reais e oitenta e seis centavos) para cada um.

 

PAM Diamante sete meses após a reforma que durou cinco anos

Foto 1 Hospital Pam Diamante foto Geraldo Furtado

Grande festa de inauguração do Pam Diamante contrasta com realidade

Uma reforma que durou quase cinco anos, contou com inúmeros aditivos ao contrato e custou R$ 13,7 milhões aos cofres do Estado do Maranhão. Com esta longa reforma, era esperado um hospital “Padrão Fifa” para os maranhenses. Mas com apenas sete meses após a entrega, o que os auditores constataram no local foram as péssimas condições com relação à estrutura física.O banheiro interditado porque o sistema hidráulico foi mal dimensionado e causou refluxo. Barra de ferro assentada com ferrugem, indicando que não foi trocada durante a reforma. Danos no forro em vários pontos, causados por infiltrações no telhado, que não foi trocado. A visita da auditoria foi realizada em abril deste ano e a entrega feita com pompa por Roseana Sarney foi no final de setembro (relembre).

A auditoria revelou desvio de pelo menos R$ 2 milhões na reforma.

Barra com base  totalmente enferrujada. Não foi trocada na reforma.

Barra com base totalmente enferrujada. Não foi trocada na reforma.

Banheiro interditado. Por causa da má instalação hidráulica, está tendo refluxo.

Banheiro interditado. Por causa da má instalação hidráulica, está tendo refluxo.

Falhas no telhado que não foi trocado na reforma causaram danos no forro em diversos pontos do Hospital.

Falhas no telhado que não foi trocado na reforma causaram danos no forro em diversos pontos do Hospital.

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Auditoria revela rombo de R$ 2 milhões nas obras do PAM Diamante

Blog Marrapá

Mais de R$ 2 milhões foram lesados dos cofres públicos com a reforma do Hospital PAM Diamante. O rombo foi revelado em auditoria realizada pela Secretaria de Estado de Transparência e Controle que constatou crimes e atos de improbidade praticados pelo ex-secretário Ricardo Murad na contratação das obras. O valor total da reforma e adequação da unidade correspondeu a R$ 13.784.618,05. Mesmo com o valor milionário, o hospital já apresenta graves problemas na infraestrutura.

O trabalho da auditoria revelou irregularidades como dispensa indevida de licitação, ausência de projeto básico, ausência de responsável técnico pela elaboração de projeto arquitetônico, itens em duplicidade nas planilhas de custos, superfaturamento e direcionamento de licitações. As obras no Pam Diamante foram iniciadas seis meses depois que Ricardo Murad assumiu a Secretaria de Saúde. O hospital foi fechado para a reforma e a empresa Lastro Engenharia Incorporações e Indústria Ltda foi contratada, sem licitação, por R$ 4.699.818,30.

A obra, contratada em 13 de novembro de 2009, deveria durar apenas seis meses e ser concluída até maio de 2010, pois era o limite legal para as contratações emergenciais. Contudo, o serviço se arrastou ao longo de quase cinco anos. Além disso, a contratação da Lastro Engenharia Incorporações e Indústria Ltda ocorreu de forma ilegal. A lei não permitia a contratação emergencial naquela circunstância e os laudos que justificavam a situação eram datados de 2007, não sendo mais possível fazer a contratação sem licitação.

Somente o crime de dispensa indevida de licitação implica em pena privativa de liberdade com detenção de 3 a 5 anos e multa, conforme a Lei nº 8.666/93. Porém, outros problemas graves foram encontrados pelos auditores como o fato de todas as propostas apresentarem planilhas idênticas, mesmo não havendo projeto básico no processo, e teriam sido elaboradas em apenas três dias, evidenciando fraude na contratação para beneficiar a Lastro Engenharia.

A auditoria constatou também que há itens na planilha que foram mensurados em duplicidade, ou seja, a empresa beneficiária do contrato sem licitação ainda receberia duas vezes pelo mesmo serviço. Pior, foi constatado o superfaturamento em diversos itens quando confrontados com a tabela de custos do Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil (Sinapi), resultando em contratação antieconômica. Alguns itens foram contratados com até 93% de superfaturamento.

Outra grave irregularidade foi que o contrato feito sem licitação foi concluído sem que a Secretaria de Saúde elaborasse o termo de recebimento definitivo da obra. Como o contrato foi sucedido por outros, a ausência da medição impossibilita constatar se os serviços contratados e pagos foram realmente executados.

Depois do contrato sem licitação no valor de R$ 4,6 milhões, a Lastro Engenharia foi novamente contratada pela Secretaria de Saúde na gestão do ex-secretário Ricardo Murad para realizar serviços semelhantes no Pam Diamante, através do Contrato nº 99/2011. Desta vez a contratação foi feita com licitação, na modalidade concorrência, mas a auditoria da Secretaria de Transparência e Controle aponta que houve fuga ao princípio da competitividade porque não ficou comprovado nos processos a data das publicações do edital em jornais e apenas a empresa Lastro Engenharia participou da licitação.

Nesse segundo contrato, houve irregularidades na assinatura de diversos aditivos. Em um deles, foram contratados serviços que já teriam sido executados. Em outro aditivo, a Secretaria de Saúde elevou o valor do contrato em percentual acima do permitido em lei. A auditoria também considerou indevidas as justificativas para alguns aditivos, pois afirmavam dificuldades quanto à capacitação de mão-de-obra e de fornecimento de materiais, demonstrando que a empresa não teria capacitação técnica e econômica para ter sido admitida na licitação.

O trabalho de auditoria evidenciou morosidade na execução dos serviços. O contrato assinado em 17 de maio de 2011 previa que as obras deveriam ser concluídas em 16 de maio de 2012, mas a empresa somente encerrou as atividades no canteiro de obras em 14 de agosto de 2013, com mais de um ano de atraso injustificado. Além disso, relatório fotográfico evidenciou prejuízo ao erário com a inexecução parcial do contrato.

Apesar da Lastro Engenharia não ter concluído o objeto contratado, o ex-secretário Ricardo Murad não adotou as medidas legais cabíveis contra a empresa, deixando injustificadamente de instaurar processo para a aplicação das sanções previstas na Lei nº 8.666/93, que poderiam obrigar a Lastro a pagar multa e ficar impedida de fazer novas contratações com a Administração Pública.

Outra irregularidade constatada foi quanto ao pagamento de parte da obra com recursos do BNDES sem que o banco tivesse autorizado e sem o aval da gerenciadora contratada pelo Governo do Maranhão. Mesmo tendo a Secretaria de Saúde um contrato em vigor com a empresa Proenge Engenharia e Projetos Ltda com esse propósito, os auditores observaram que não foi feita qualquer fiscalização em vários processos de medição dos serviços pagos.

Bira ressalta o prejuízo de oito anos em que o Pam Diamante ficou fechado

Após oito anos fechadobira, a Governadora do Maranhão reinaugurou, nesta segunda-feira (29), o Hospital PAM Diamante. O deputado estadual Bira do Pindaré (PSB), durante os quase quatro anos do atual mandato vinha denunciado diuturnamente o descaso da Governadora com a saúde Pública e com a “reforma” do PAM Diamante.

 

O parlamentar inclusive utilizou inserções na Propaganda Eleitoral Gratuita para denunciar o abandono do Hospital. Em um breve pronunciamento após a reinauguração, a gestora afirmou que não terá tempo para terminar a obra por completo e, portanto, deixará os acabamentos para seu sucessor.

 

Em pronunciamento na Assembleia Legislativa, Bira do Pindaré criticou duramente a Governadora pela demora na reforma, ressaltou que a população de São Luís ficou prejudicada e sem atendimento por muitos anos, enquanto era anunciada com pompa a construção de 72 hospitais, que nunca foram totalmente concluídos, pelo interior do Maranhão.

 

“Nós temos relatos de muitas pessoas que procuram essas unidades e não encontram funcionamento. Ou porque não tem médico, ou porque não tem um medicamento. Então, a transformação na saúde pública do Maranhão é uma grande enganação. Não existe efetivamente. O povo do Maranhão continua sendo obrigado a se espremer nas filas do Socorrão em São Luís, porque não tem as unidades regionais de alta complexidade no interior”, protestou Bira.

 

O socialista destacou a triste realidade das pessoas que moram no interior do Maranhão. Não existe atendimento ortopédico em cidades como Pinheiro, Chapadinha e Santa Inês. Os pacientes são transferidos para São Luís, ou até para Teresina, Belém ou Fortaleza, em casos extremos maranhenses procuram atendimento em Brasília ou Goiânia.

 

Para Bira, o Governo do Maranhão anunciou a reinauguração do PAM Diamante, na semana da eleição, para tentar justificar ações na área da saúde que não aconteceram no mandato da Governadora. “Este é o PAM que deveria estar aberto ao povo, mas infelizmente ficou cinco anos parado e agora fizeram a maquiagem e vão entregar alguma coisa para tentar justificar à população que o hospital está em funcionamento”, denunciou.