A importância dos candidatos serem questionados por jornalistas

braideNo Maranhão, é praxe políticos atacarem jornalistas tentando os desqualificar sempre que são confrontados com assuntos que incomodam. Neste sábado (15), tivemos mais uma demonstração do formato antigo de tentar desqualificar a imprensa para fugir de assuntos delicados.

Não tem como não reportar à célebre frase de Acácio Ramos. “Repórteres, meu senhor, são pessoas que perguntam”. Cabe ao homem público responder às questões que são de interesse público e quando achar que não deve ou não pode responder, se abster.

O candidato Eduardo Braide (PMN) foi sabatinado neste sábado por jornalistas com a mesma firmeza de questionamentos que sempre fazem com qualquer candidato. Ainda assim, Braide respondeu com grosseria ao jornalista John Cutrim, tentando desqualificá-lo pelo fato de ser funcionário da prefeitura (onde trabalha muito antes da atual gestão). Depois, em mais uma das muitas contradições do candidato, reconheceu o bom profissional que é o blogueiro.

O candidato exige tanto a oportunidade de debate e teve neste sábado (15) esta oportunidade de debater com jornalistas. Sobre o seu programa de governo, existe a propaganda eleitoral. A sabatina é um ferramenta para o eleitor ver o candidato questionado com temas que não são agradáveis. É o momento onde o candidato deve ser desnudado pelo contraditório. Questões que são de interesse da população e não estão no horário eleitoral devem ser abordadas.

E sempre que o candidato se irrita e passa a atacar quem pergunta, apenas demonstra que as perguntas, de fato, deveriam ter sido feitas. E assim aconteceu na sabatina do Resenha. O eleitor ficou sem as respostas efetivas sobre várias questões. Com a postura de quem sempre foi treinado para falar com confiança sem dizer nada, Braide não explicou porque as praias estavam poluídas quando foi presidente da Caema, não explicou como fez seus acordos de apoios no segundo turno, fugiu sempre do tema “João Castelo”, não disse como foi escolhido seu vice, não explicou a falta de emendas para São Luís.

O candidato também tentou desqualificar a TV Difusora. Ora, por esta lógica o outro candidato à prefeitura de São Luís poderia tentar desqualificar os jornalistas que o entrevistaram na sabatina do jornal O Estado do Maranhão, já que, notadamente, o sistema Mirante de Comunicação é favorável ao candidato Eduardo Braide. Mas os três jornalistas que o sabatinaram, assim como os da Difusora, são profissionais sérios e que merecem respeito. Por isso, o candidato não fez tais ilações diante de todos os duros questionamentos.

São nas sabatinas e entrevistas que a população conhece os candidatos. Não tem melhor oportunidade para o eleitor ver quem é o candidato sem a maquiagem da propaganda eleitoral.

Sobre os ataques de Braide à TV Difusora, a emissora se manifestou por editorial na noite deste sábado (15). Veja:

Edivaldo fala sobre obras ao longo dos 4 anos: “não se faz em apenas seis meses”

entrevista-de-edivaldo-no-programa-resenha-na-difusora-33O prefeito de São Luís e candidato à reeleição, Edivaldo Holanda Junior (PDT), destacou no último sábado (17), durante entrevista na TV Difusora, que na sua gestão obras e ações, que estão espalhadas por toda a cidade, são frutos de três anos e meio de muito trabalho e planejamento. Edivaldo respondeu perguntas dos apresentadores Clodoaldo Corrêa e Itevaldo Júnior no decorrer do programa Resenha.

“É impossível fazer 1.800 ruas, elaborar uma licitação de transportes, reformar mais de 30 unidades de saúde. Tudo isso não se faz em apenas seis meses. Entregamos 11 mil casas, o estádio Cardosão, estamos construindo o Hospital da Criança, urbanizamos 90 bairros, 26 praças entregues, colocamos 10 mil novos pontos de iluminação, entre outras ações. Tudo fruto de um planejamento sério e responsável que teve inicio desde o primeiro dia de trabalho na Prefeitura de São Luís”, resumiu Edivaldo ao ser questionado no programa.

Durante 24 minutos, Edivaldo respondeu questionamentos dos jornalistas sobre mobilidade urbana, saúde, transporte, meio ambiente, infraestrutura e educação. Sempre que podia, ele lembrava aos telespectadores o caos administrativo que encontrou a Prefeitura de São Luís: uma dívida de R$ 1 bilhão; atraso de pagamentos do INSS e do IPAM.

No que se refere ao setor de transporte, ressaltou diversos avanços, muitos deles compromissos de campanha de 2012. Entre eles, o Bilhete Único, a implantação da Licitação de Transporte, que esperou 50 anos para que um gestor público concretizasse um antigo apelo da sociedade ludovicense. “Serão mais de 210 ônibus novos com ar-condicionado rodando na cidade até o fim do ano. Graças a Licitação de Transporte que dará mais conforto ao usuário”, completou Edivado.

O candidato à reeleição pelo PDT enfatizou as intervenções viárias feitas pelo Prefeitura na Curva do 90, Jaracati, Aterro do Bacanga, na entrada da cidade, e o Programa Interbairros, dando como exemplo a Ponte Pai Inácio. Na infraestrutura, Edivaldo disse dos problemas históricos de alagamentos, que foram resolvidos com um trabalho forte em diversos bairros (Ápaco, Santa Clara) com saneamento básico.

Na saúde, falou do programa Maca Zero do Socorrão I em parceria com a Santa Casa de Saúde; da restauração administrativo do Hospital da Mulher, das 30 unidades de saúde reformadas, do Hospital da Criança. “E vãos entregar uma Unidade Hospitalar 24 horas Na Zona Rural e estamos criando a maternidade da Cidade Operária. Entregamos a nova sede do Samu e ambulâncias. São muitas ações, mas sempre com planejamento de forma séria e responsável”, afirmou.

Edivaldo evita polêmica

Quando questionado por este jornalista sobre sua opinião a respeito de empresários que sonegam imposto como IPTU e ISS, o prefeito preferiu afirmar que era uma questão da procuradoria e da Fazenda e não quis entrar em mais detalhes. O seu adversário já deve R$ 40 mil de ISS e R$ 120 mil de IPTU.

O desequilíbrio de Wellington e o novo Fábio Câmara

wellingtondocursoSeguindo a série de entrevistas com os candidatos a prefeito de São Luís, o programa Resenha, da TV Difusora, entrevistou neste sábado (27) os candidatos Fábio Câmara (PMDB) e Wellington do Curso (PP). O fato de ter dois entrevistados no mesmo dia foi bom para contrastar a característica.

Há um ano atrás, Fábio era visto como espalhafatoso, sem trato para fazer os questionamentos e raso. Já Wellington, era visto como professor, ponderado, boa praça. O que se viu neste sábado foi uma total inversão de papéis.

Fábio Câmara mostrou evolução, conteúdo e ponderação. Não fugiu das perguntas mais espinhosas como o abandono de Roseana à sua candidatura e a falta de dinheiro para campanha. Defendeu até de forma equilibrada o que considera legado da família Sarney em São Luís. “A questão do partido já foi pacificada. As discussões internas fortalecem o ambiente democrático. E o partido está caminhando para encontrar o êxito nas eleições municipais. […] Se tirarmos o que o PMDB construiu nesta não sobra nada”, afirmou.

fabiocamaraO candidato do PMDB mostrou ter evoluído muito como político para lidar com questionamentos e ter conteúdo para responder inclusive quando é apertado. Já está inclusive sendo chamado de “Fabinho paz e amor”.

Já Wellington, começa a ruir sua imagem de boa praça com seu desequilíbrio com questionamentos de fácil resposta.

O candidato do PP fugiu de todas as perguntas e fez críticas à prefeitura se negando a responder objetivamente às perguntas. Ao ser perguntado por este jornalista porque o Curso Wellington não estava em seu nome, o candidato mostrou irritação com o tema, o que enseja a alguma coisa errada. Atacou o jornalista e aparentemente disse que por ser sargento do exército teve que colocar o Curso em nome de sua mãe e de seu irmão.

Wellington ainda deixou a emissora esbravejando contra o jornalista e afirmando que não participaria do debate da Difusora. Parece que esperava uma desculpa. Não deve participar não por causa do veículo, mas porque se não tem equilíbrio para responder um simples questionamento de um jornalista, como vai enfrentar a fúria dos adversários, que irão lhe pressionar de forma muito mais forte e incisiva?