Bandidos voltam a incendiar ônibus em São Luís

IMG-20141001-WA0017Dois ônibus foram incendiados na manhã desta quarta-feira (1º) na capital maranhense.

O primeiro foi no bairro do Recanto do Vinhais. O segundo foi no bairro do Pequizeiro, próximo ao Anil. O coletivo fazia a linha Pão de Açucar.

Segundo a Polícia, dois menores foram apreendidos por suspeita de participação nas ações criminosas.

Cercada de seguranças, Roseana diz: “não tenho medo de bandido”

roseanaviolenciaA governadora Roseana Sarney (PMDB) falou sobre a crise no sistema de segurança do Maranhão. Já foram 10 ônibus incendiados, 1 micro-ônibus, dois veículos de uma revendedora e três veículos na garagem da secretaria estadual de segurança.

Durante evento de uma marca de refrigerantes na manhã de hoje, Roseana se pronunciou. “Eu não tenho medo de bandido e nem tenho medo do que eles estão fazendo”, afirmou, sempre sendo vigiada pelos olhos atentos dos seguranças do Palácio, que a acompanham onde vai.

“Nós vamos entregar quatro penitenciárias de segurança máxima. E eles estão causando essa balbúrdia toda porque eles não querem ir para o presídio de segurança máxima ”, afirmou Roseana.

Nova reunião nesta terça decide continuidade da paralisação dos ônibus

rodoviariosNesta terça-feira (1º) às 9h, será realizada uma nova reunião entre a policia militar e os rodoviárias, para decidirem sobre o possível fim da paralisação. Os rodoviários decidiram manter a paralisação nesta segunda-feira e interromperam as viagens entre às 18h e às 4h.
Os rodoviários reinvidicam que 15 viaturas que estão paradas no estacionamento da Secretária de Segurança Pública (SSP) estejam circulando nas ruas, para garantirem mais segurança a população.
Houve uma reunião entre os rodoviários e o comando da polícia, mas não houve acordo.
O protesto começou na última sexta-feira (28), com os ônibus sendo recolhidos e levados para as garagens das empresas, a partir das 18h e só voltando a circular pelas ruas de São Luís, na madrugada do dia seguinte, a partir das 4h. O que se repetiu durante o final de semana.

Velozes e furiosos

Por Carlos Eduardo Lula

acidenteEra um domingo triste, porque todos os domingos são tristes. Passeava pela cidade quase morta de tão mal cuidada, mas ainda as ruas me sorriam. Na expressão daqueles becos e avenidas, havia inexplicavelmente a doçura daqueles que sabem revelar seu último olhar.

Suja, maltrapilha, doente e mal amada, a cidade parecia viver seus últimos instantes. Mas era domingo, e talvez por conta de sua cor e de seu tom gris melancólico, podia andar pelas ruas com um pouco mais de calma, olhando o que se passava à minha volta. Sim, porque a velocidade da vida moderna é coisa de cretinos, como diria Nelson Rodrigues.

Só aos domingos, nos domingos cinzas de um céu azul quase triste, podia sentir saudade dos bondes que nunca chegavam, mesmo sem jamais tê-los esperado. Aquele momento em que se ficava de pé, a esperar a condução, longe dos smartphones e das tecnologias que não nos permitem desligar um só segundo, sempre foi um convite à reflexão.

Gostar desses domingos translúcidos é coisa de quem não se adequa, não se ajusta. Não se sente parte. Leio no dicionário. Outsider. Forasteiro, leigo, estranho. O que está do lado de fora. O cavalo com a menor possibilidade de ganhar o páreo. Outsider, um ser que não faz falta na festa. O desprestigiado.

O sujeito que não é aceito como membro de um grupo particular. O deslocado. O que não se enquadra. O carinha que se sentava, não falava com ninguém e ia embora sozinho do colégio. Eu sempre admirei esses garotos. Não que seja legal ser diferente. Só que ninguém precisa ser igual.

Mas a sociedade nunca foi tão violenta. Invade. Impõe. Machuca. Destrói. Inclusive os estilos de vida. A sociedade estratifica as pessoas, seu comportamento, seus modelos de consumos, hábitos e rotinas. Fazer escolhas, vivenciar o mundo. Tudo do mesmo jeito. Da mesma forma.

Os homens possuem a necessidade de serem aceitos. Mas a sociedade cotidiana tem levado isso a níveis doentios, inimagináveis. Para fazerem parte de um grupo, a pessoas submetem-se a um processo de padronização sem sentido. Aquela calça amarela acrescida de um óculos três vezes maior que a cara do sujeito saiu do armário, fantasia de carnaval que era, e virou fashion. In.

É nesse momento que a figura do outsider, do zé ninguém, mais me fascina. Parece ser um jeito de levar a vida muito mais interessante. Não, eles não são diferentes. Só não aceitam ser iguais. Não se conformam aos valores dos grupos sociais apenas para fazer parte desses grupos. Transgridem continuamente. A maior parte do tempo, solitariamente. A angústia deve acompanhá-los, mas eles não aceitam aceitar só para serem aceitos.

Enquanto devaneio, me deparo com um acidente. Recordo-me novamente de Nelson Rodrigues, a afirmar que a morte estava se tornando pública. Nelson não viveu o suficiente para entender que, em nossos tempos, os motoqueiros só podem morrer assim, num abalroar com outro veículo, em meio à multidão, atrapalhando o trânsito.

Jovem, voltava, a mil por hora, de uma baladinha. Queria viver a vida intensamente. E ao ver aquele cadáver naquele domingo cinzento, lembrei de meu pai – aliás, eu sempre me lembro de meu pai.

Apenas muito tempo depois de sua morte, consegui compreender duas coisas: primeiro, que a saudade não se traduz pela falta, mas pela presença. Fundamentalmente, não há falta na ausência, senão uma sensação de completo pertencimento. Aquele que não sente saudade, não pode afirmar possuir vida interior.

Em segundo lugar, entendi que só abandonando o medo da morte – como fez meu genitor para minha total incompreensão à época – se pode nascer e renascer. Apenas quando se compreende que a vida não é um castigo, uma desculpa ou um infortúnio, mas um compromisso, inevitavelmente difícil e muitas vezes triste, é que podemos libertar nosso espírito de seu calvário. Afinal de contas, a morte, essa certeza, é o justo contraponto de nossa fé, essa incerta.

Aquele jovem não deve ter tido tempo de pensar sobre isso. Para ele, a morte apareceu repentina, sem permitir uma fuga desesperada, como foge desesperadamente o tempo atual. Apenas mais um na multidão, a atuar de acordo com as regras que a sociedade lhe impõe. Enquanto dirigia a moto, tirava a foto do velocímetro a duzentos por hora para mostrar no facebook. Morreu tendo mais de cem curtidas. Sem tempo para contemplação enquanto o bonde não chega, nossa juventude nunca viveu tão pouco sob o argumento de querer viver tanto.

 

Carlos Eduardo Lula é Consultor Geral Legislativo da Assembleia do Maranhão, Advogado, Presidente da Comissão de Direito Eleitoral da OAB/MA e Professor Universitário. e-mail: [email protected] . Escreve ás terças para O Imparcial e Blog do Clodoaldo Corrêa

Trauma: mãe de Ana Clara diz que jamais entrará em um ônibus novamente

Ana Pompeu, do Correio Braziliense

Juliane ainda está na capital federal em fase de recuperação

Juliane ainda está na capital federal em fase de recuperação

Juliane Santos, 22 anos, não sabe como vai seguir em frente. Uma das poucas certezas, no entanto, é jamais entrar em um ônibus novamente. Ela é uma das vítimas dos ataques ordenados por detentos do Complexo Penitenciário de Pedrinhas, em São Luís, em represália a uma operação da Tropa de Choque da PM no local. Em 3 de janeiro, a jovem estava no coletivo que fazia a linha Vila Sarney Filho, por volta das 19h30. No atentado, uma das filhas dela, Ana Clara, de seis anos, ficou gravemente queimada e morreu três dias depois. Mas a mãe só soube da morte da menina na semana passada, em Brasília.

Sob efeito de cinco tipos de calmantes, Juliane entende os motivos que levaram a família a esconder dela a morte da filha. “Eles foram muito corajosos. Eu estava muito fragilizada. Quando minha irmã me contou, saí do meu juízo normal. Mesmo com dor, me joguei no sofá. Não fossem as queimaduras, teria saído correndo, sem rumo. Estava desvairada”, diz. Ela teve 45% do corpo queimado e hoje vive uma rotina voltada ao tratamento, que inclui três visitas semanais ao Hospital Regional da Asa Norte (Hran), sessões de fisioterapia e exercícios físicos, atendimento psiquiátrico e psicológico, além de pomadas, óleos e comprimidos.

As drogas, no entanto, não são capazes de apagar as imagens daquela noite. “Lembro-me de tudo. Da angústia que tive antes de entrar no ônibus e da vontade de não ir. Do cara fazendo sinal e, já na escada, sacando uma arma. De pedir compaixão, mostrando as crianças. De correr e já não ver mais a Clarinha depois de atearem fogo. De me jogar no chão com a Beatriz (a outra filha, de 1 ano). De reencontrar Clara toda queimada, sentindo dor. Se eu gemia de dor, imagine uma criança”, conta. Com a voz baixa, ela diz ter sido essa a última imagem da filha.

No Maranhão, ela passou oito dias deitada. “Na primeira vez que levantei, aqui em Brasília, gritei tanto que acho que o hospital inteiro ouviu. É uma dor inexplicável. Não há remédio que dê jeito”, conta. Em dia de troca de curativos, o incômodo é maior. “Tenho que pedir ajuda para pentear o cabelo”, diz. Na última quarta-feira, a família gastou R$ 250 em remédios. A irmã foi demitida do trabalho depois de faltar 10 dias. A mãe também abandonou o emprego de doméstica para acompanhar a filha. Elas estão na casa de uma tia aposentada.

Por mais que os caminhos que a trouxeram à capital federal sejam tortos, talvez ela finque raízes por aqui. “Tenho medo de voltar a São Luís. Quero retomar minha vida, voltar a estudar, mas ainda não sei como vai ser”, diz. Pelo menos, enquanto durar o tratamento, que ainda não tem prazo para acabar, o endereço dela é

Vara de Combate à Violência Doméstica em São José de Ribamar

violencia-contra-a-mulher-homem-covarde1O Tribunal de Justiça promete entregar nos próximos meses a Vara de Combate à Violência Doméstica no município de São José de Ribamar. A Vara terá competência para atender casos envolvendo mulheres e situações ligadas à criança e ao adolescente.
A implantação da Vara foi definida durante reunião realizada entre o prefeito Gil Cutrim (PMDB) e a corregedora-geral de Justiça, desembargadora Nelma Sarney, nesta terça-feira (11).
Durante o encontro, atendendo pedido do prefeito, ficou acertado que o Tribunal de Justiça do Maranhão, através da Corregedoria Geral, também implantará em São José de Ribamar o projeto de regularização imobiliária e fundiária.
A prefeitura concederá um imóvel coma estrutura para receber a Vara. Para Cutrim, o município de Ribamar tem muitos casos envolvendo violência contra as mulheres.
“São José de Ribamar é o terceiro maior município do Maranhão em população e, como tal, possui problemas sociais grandes, sendo que um deles é a violência doméstica. Na própria Secretaria Municipal de Assistência Social recebemos diariamente informações de mulheres revelando que foram ou estão sendo alvos de agressões por parte dos seus companheiros, por exemplo. A implantação desta Vara Especializada será um grande avanço e funcionará, principalmente, como um importante mecanismo de denúncia e resolução desta problemática”, afirmou o prefeito.

Violência: até a filha da governadora é assaltada em São Luís

rafaelasarneyO governo tentou abafar o caso ao máximo. Mas na última terça-feira (14), Rafaela Sarney, filha da governadora Roseana Sarney (PMDB) foi assaltada na Lagoa da Jansen. Ela estava chegando no restaurante Kitaro Lagoa com uma amiga, quando um assaltante armado a atacou e tomou a bolsa, com dinheiro, documentos, celular e seu iphone.

O serviço de Inteligência da Polícia foi acionado e rastreou no GPS do celular da filha da governadora. Assim, locallizou a casa do assaltante no bairro da Ilhinha. Mas o assaltante não foi encontrado.

Com informações do Dr. Pêta.

OBS: O economista Adriano Sarney, primo de Rafaela, disse ao blog que o assalto não ocorreu e que a prima inclusive estaria viajando na data do referido assalto. Porém, além do Dr. Pêta, fontes do blog na polícia já haviam informado do assalto. Ainda assim, o blog só publicou a notícia com a confirmação na coluna de Pêta, no Jornal Pequeno.

O pronunciamento da governadora Roseana

Confira o vídeo com o pronunciamento da governadora Roseana Sarney (PMDB) sobre os acontecimentos no Maranhão onde lamenta a morte da menina Ana Clara e diz que está desempenhando todos os esforços para conter a onda de violência.

Pouco depois, no Jornal da Globo, criticou a demora da governadora para reagir e afirmou que Roseana só estava preocupada com a eleição de outubro e antes dos atentados apenas negava a situação de caos. “Até a situação ficar insustentável, a governadora Roseana Sarney, do PMDB, se mostrava mais preocupada em refutar as críticas, de olho nos adversários da eleição de outubro, do que em encarar a gravidade do problema”, afirmou a jornalista Renata Lo Prete. confira o vídeo:

 

Nota da prefeitura sobre onda de violência em São Luís

O prefeito Edivaldo Holanda Júnior divulgou no início da tarde uma nota de pesar pela morte da menina Ana Clara, condenou a onda de violência na cidade e se colocou à disposição do Estado e União para ações comuns. Veja a íntegra abaixo:

“Manifesto meu profundo pesar pela morte da criança Ana Clara, vítima de brutal, hedionda e repulsiva violência. Nada ameniza a dor dilacerante da família, a quem me uno em solidariedade e orações.

A sociedade e seus representantes em todas as esferas não podem silenciar diante da gravíssima onda de violência que vem afrontando a cidade de São Luís, agredindo cidadãos e cidadãs,  e que agora vitimou até uma indefesa criança.

Estou, na condição de cidadão e prefeito, à disposição dos órgãos de segurança do Estado e da União para colaborar no que for possível em quaisquer ações que se façam necessárias para coibir a violência na cidade”.