“Companheiros” na bronca com Flávio Dino

As declarações do presidente da Embratur Flávio Dino ao site da revista Veja não repercutiram bem entre aliados que fazem oposição ao grupo Sarney no Maranhão. Embora Dino tenha dito que as diferenças regionais serão mantidas, a declaração de que o presidente do senado José Sarney “exerce um relevantíssimo papel no Congresso Nacional” não soou bem aos ouvidos de alguns aliados.

Veja a íntegra da entrevista de Flávio Dino à VEJA

O deputado federal Domingos Dutra (PT), que protagonizou uma “guerra” para que o PT coligasse com Dino em 2010 com greve de fome na Câmara Federal, está na bronca pela forma como o comunista chegou à presidência da Embratur. Dutra classifica como obscura a ascensão de Flávio ao cargo. “Flávio Dino não discutiu comigo esta decisão. Não entendi a lógica de ele estar neste cargo. Não sei como foi o acordo, mas foi meio turvo. Claro que é um direito dele. Mas todos sabem como fui um dos que mais lutei para que o PT o apoiasse em 2010 com greve de fome e tal. Se comigo ele não discutiu, acredito que não o fez com os outros campos da oposição”.

O petista anti-Sarney também não está nada satisfeito com a forma amigável como Dino tem tratado o principal desafeto de sua ala no PT. E a declaração favorável a Sarney tirou o Dutra do sério. “O que eu sei é que eu não concordo com a declaração de que Sarney tenha importante relevância para o Congresso. Ele só tem importância para a família dele e o Maranhão segue com os piores indicadores”.

Outro aliado de Dino que não gostou nada da maneira amigável como ele tratou Sarney foi o presidente estadual do PPS, Paulo Matos. “Discordo plenamente do Flávio quando diz que o Sarney é importante. Ele nunca prestou nenhum serviço relevante ao Maranhão nem ao Brasil. Porém, esta declaração não diz nada sobre mudança de postura. Não acredito em hipótese nenhuma em aproximação de Flávio com Sarney”, afirmou. Paulo Matos lembrou que Flávio já foi aliciado pelo grupo Sarney para ser candidato a senador e recusou o convite.