Jackson Lago: perda política irreparável

Ex-governador Jackson Lago durante passeata

A morte do ex-governador Jackson Lago (PDT) deixa uma lacuna na política maranhense que ainda pode ser dimensionada. E este não é um texto melancólico de exaltação da pessoa pública após a morte. Estou falando mesmo da política de oposição no estado. A perda do homem público que prestou grandes serviços ao Estado é notória.

Porém, o grupo que se opõem ao liderado pela governadora Roseana Sarney perde seu maior expoente nas duas últimas décadas. Apesar de já estar claro desde a última eleição que Jackson não voltaria a concorrer a cargo eletivo, ele ainda seria figura importantíssima na articulação do próximo nome a levantar a “bandeira anti-sarney”.

Com certeza, o próximo candidato ao governo do Estado que fosse apoiado por Jackson seria o com mais condições de enfrentar o candidato palaciano. Hoje, os mais cotados para serem o “cara” da próxima eleição para governador do lado oposicionista são os rivais em São Luís Flávio Dino (PCdoB) e João Castelo (PSDB). O que fosse apadrinhado por Jackson sairia na frente. A expectativa era grande uma vez que o pedetista tinha uma ligação forte com o tucano, mas já havia declarado na última eleição que, caso houvesse segundo turno, estaria com o comunista.

Do lado da governadora, os dois mais cotados para a suplência são o Ministro de Minas e Energia, Edison Lobão (PMDB) e o secretário-chefe da Casa Civil, Luis Fernando Silva (DEM).

Jackson Lago acabou partindo sem deixar um nome forte com chance de alçar vôos altos no partido pelo qual dedicou sua carreira política: o PDT. O ex-governador foi um dos fundadores do partido, ao lado de Lionel Brizola. Hoje, o PDT caminha na Assembleia Legislativa para uma aproximação com a turma do governo, vivendo uma crise de existencial no Estado.

Até a presidenta Dilma Rousseff, que já foi do PDT, emitiu nota de pesar pela morte de Jackson. José Sarney, o Ministro Carlos Lupi e até a adversária de outrora, Roseana Sarney, também lamentaram a morte de Jackson Lago.

Agora fica a pergunta que não quer calar: como fica a oposição no Maranhão?