Aliados se afastam do Plano Washington

César Pires diz que DEM quer maior participações na discussão de 2012.

A possível candidatura do vice-governador Washington Oliveira (PT) como candidato do Palácio dos Leões não garante o apoio de todos os partidos que fazem a base de sustentação do governo Roseana. DEM e PSD, duas importantes legendas de apoio do governo Estadual não garantem que apoiarão o petista caso ele seja escolhido o candidato do PT a prefeito de São Luís nas prévias do partido.

O deputado estadual César Pires (DEM), que é líder do governo na Assembleia Legislativa e anunciou ontem ser o novo vice-presidente do DEM no Maranhão, disse que mesmo com a relação quase umbilical entre os Democrátas e o Palácio dos Leões, o partido não irá apoiar o candidato imposto pelo governo sem discussão. “O DEM até hoje não garantiu apoio a nenhum candidato. Somos leais ao governo, mas temos que impor nosso posicionamento. A submissão não agrega em nada ao nosso partido. Vamos definir coletivamente os rumos do partido”, afirmou.

César Pires ressaltou a importância do DEM se impor, principalmente nesse momento de crise, já que a legenda perdeu quadros em todo o país, inclusive no Maranhão, ficando com apenas dois deputados estaduais, Antonio Pereira e o próprio César Pires. “Mesmo com a diminuição do partido, temos que fazer valer nosso pensamento. Se nos amiudarmos agora estamos condenados a não sermos mais nada”, sentenciou o líder do governo.

Na segunda-feira, o deputado Carlos Alberto Milhomem (PSD) já havia declarado na tribuna da Casa que o novo partido iria negociar de igual para igual e poderia sim lançar candidato próprio a prefeito de São Luís. 

O presidente do diretório Municipal do PSD, deputado Raimundo Cutrim, também não descartou que o partido marche com outro nome ou lance candidatura própria.  “Nós temos um horário grande de televisão, eu acredito que maior do que o do PSDB, um horário grande, e estamos aí trabalhando no interior para que tenhamos o máximo de representantes tanto a vereadores como a prefeito do interior do Estado e, em São Luís, também estamos trabalhando para que possa haver um nome do partido já saindo na cabeça de chapa, também como prefeito”, afirmou.

Quando o pré-candidato ao governo do grupo palaciano não existiam questionamentos por parte destas legendas ao apoio que seria dado pela base. Já com o nome do petista a questão ficou mais delicada. 

Nos bastidores da política local, muitos afirmam que os partidos da base governista não gostaram da ideia da candidatura petista e preferem lançar candidatos próprios para que consigam, pelo menos, criar eleitorado para um nome que se eleger deputado federal ou estadual em 2014. No caso do DEM, a pressão da direção nacional do partido é um agravante, já que os Democrátas exercem ferrenha oposição ao governo petista no plano nacional. Problema que o governo terá que negociar.

O presidente do Diretório estadual do PT, Raimundo Monteiro, disse não ter problema os partidos da base aliada falarem em candidatura própria, neste momento, até porque o PT ainda não definiu seu candidato. Ele afirma que as negociações só irão realmente ocorrer após as prévias petistas. Vale lembrar que o presidente petista é declaradamente apoiador da pré-candidatura do vice-governador Washington Oliveira. “É normal em um processo democrático que os partidos reivindiquem candidatura própria até para mostrar que estão vivos no cenário. Mas assim que o PT definir a candidatura nas prévias e que começaremos a conversar com os partidos da base aliada do governo estadual para alianças”, pontuou.

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