Castelo ligou para secretários determinando fornecedores que deveriam ser pagos

Promotores de Justiça falam das Ações contra Castelo.

Promotores de Justiça falam das Ações contra Castelo.

Em entrevista coletiva realizada nesta quinta-feira (16), os promotores de justiça Justino da Silva Guimarães (6ª Promotoria Criminal), João Leonardo Sousa Pires Leal (Probidade Administrativa) e Danilo José de Castro Ferreira (4ª promotoria Criminal) deram mais detalhes sobre a força-tarefa do Ministério Público que resultou em duas ações contra o ex-prefeito João Castelo (PSDB) por não ter pago os salários do mês de dezembro aos servidores do município.

A comissão de procuradores constatou que ainda existiam cerca de R$ 50 milhões na conta da prefeitura. Caso o prefeito priorizasse o pagamento dos servidores, faltaria apenas R$ 5 milhões para pagar a Folha do mês de dezembro. Porém, destes recursos, R$ 36 milhões foram utilizados para pagar fornecedores. Destaque para a já conhecida Pavetec, empresa responsável pelo asfaltamento da capital na gestão Castelo, que recebeu R$ 6 milhões deste montante em dezembro. A Pavetec é alvo de outra ação por improbidade administrativa movida pelo Ministério Público do Maranhão, em tramitação na 1ª Vara da Fazenda Pública da Capital.

O mais curioso é que os promotores constataram que o ex-prefeito no mês de dezembro já não ia mais nem na sede da prefeitura. Foi descoberto também que ele apenas ligava para os secretários e a diretoria financeira indicando quem deveria ser pago.

A funcionária Maria de Jesus Mendes Fonseca Penha, que era diretora Financeira da Semfaz, teria dito aos investigadores que em 30 anos trabalhando na prefeitura, nunca tinha visto o que aconteceu e dezembro do ano passado. A funcionária foi até afastada pela nova gestão municipal, sob a suspeita de estar à frente das irregularidades.

Na Ação Civil Pública, o ex-prefeito pode ser condenado ao ressarcimento integral dos danos causados ao erário, suspensão dos direitos políticos por oito anos, pagamento de multa de até duas vezes o dano causado aos cofres públicos e a proibição de contratar ou receber qualquer tipo de benefício do Poder Público pelo prazo de cinco anos.

Na Ação criminal, Castelo pode ser condenado de dois a 12 anos de prisão e inabilitação para o exercício de cargo ou função pública pelo prazo de cinco anos.

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