Do Estadão
RECIFE – Os primeiros 30 médicos cubanos a desembarcarem na tarde de hoje no Aeroporto de Guararapes, no Recife, foram recebidos com faixas e gritos de boas vindas por 20 integrantes da União da Juventude Socialista (UJS) e da União de Estudantes Metropolitanos Secundaristas (Ubes).
Vestidos com jalecos e carregando as bandeiras do Brasil e de Cuba, durante a entrevista, eles disseram felizes com a recepção e afirmaram que querem colaborar pelo benefício da população mais pobre. Distribuíram sorrisos no aeroporto e tremularam as bandeiras de Brasil e de Cuba. “A motivação de nossa vinda é a solidariedade. Somos médicos por vocação. Não nos interessa um salário, fazemos por amor”, afirmou o médico Nelson Rodrigues, em resposta aos questionamentos dos repórteres sobre o baixo salário.
Na chegada, os jovens brasileiros recepcionaram o grupo cantando a música Abre Alas, de Chiquinha Gonzaga, com modificações na letra. “O abre alas que os cubanos vão passar/ É mais saúde para a população/ Sejam bem-vindos e tenham a nossa gratidão.
Faziam parte do grupo cerca de 200 médicos, que vieram em voo fretado da empresa aérea Cubana. Trinta ficaram em Pernambuco e vão se juntar a outros médicos estrangeiros em alojamentos do Exército. Na segunda-feira, começa curso de treinamento de três semanas sobre legislação sanitária e língua portuguesa. Todos têm experiência em trabalhos em outros países, como Haiti, Venezuela, Paquistão, Guatemala e Honduras.
Nota do Blog: o titular deste blog continua se posicionando a favor da vinda de médicos estrangeiros ao Brasil. Quem está na ponta do sistema sabe que o problema na periferia e interior é a falta de profissionais. O blá blá blá das organizações médicas que alegam falta de estrutura no interior não é justificativa plausível. As pessoas precisam do mínimo, pois é saúde preventiva que faz o paciente depender menos de drogas e remédios usados pela medicina comercial. Cuba tem uma das melhores saúdes preventivas públicas do mundo segundo a Organização Mundial da Saúde. Lembrando a frase perfeita de José Simão: “Se eu estivesse doente no interior do interior do Ceará [cabe também do Maranhão], eu queria um médico humano. Tanto faz paulistano, cubano ou marciano”.