Óleo que atinge praias do Nordeste é petróleo e não é brasileiro, diz Ibama

Equipes de investigação do Ibama estão no Maranhão analisando óleo encontrado em praias.

No começo de setembro, manchas de óleo começaram a aparecer em praias do Nordeste. De lá para cá, as manchas foram identificadas em pelo menos 105 locais de 46 municípios em oito estados: Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas e Sergipe. No Maranhão, o efeito foi percebido com ênfase no último domingo (22), em Alcântara.

Segundo o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), a análise das amostras do óleo feitas pela Petrobras e pela Marinha revelou que a substância é petróleo e não é de origem brasileira. Em nota, a Petrobras afirma que o material encontrado não é produzido e nem comercializado pela empresa, mas não explica como a análise foi feita.

A fauna também foi afetada pela presença do óleo. Em cinco estados, foram encontradas mortas seis tartarugas marinhas e uma ave (Bobo-pequeno). Outras duas tartarugas foram resgatadas com vida.

O Ibama pediu ajuda da Petrobras para limpar as praias atingidas, e a empresa deve destacar cem funcionários para a função.

Em nota, o órgão aponta que a situação no Rio Grande Norte, estado em que manchas foram vistas em pelo menos 43 localidades, está estável e que o grupo de comando das investigações foi transferido para o Maranhão, onde o surgimento de novas manchas já foi relatado em pelo menos dez locais. Na praia de Itatinga, em Alcântara, uma tartaruga foi encontrada coberta pelo óleo. A praia foi a mais atingida no estado.

Eduardo Elvino, diretor de controle de fontes poluidoras CPRH (Agência Estadual de Meio Ambiente) que estuda o problema desde o início de setembro, em parceria com a UFPE (Universidade Federal de Pernambuco), diz que será possível dizer com precisão onde ocorreu o vazamento ou o descarte do óleo dentro de no máximo 20 dias.

Nessa investigação os pesquisadores utilizam o que Elvino chamou de modelagem matemática associada à análise de correntes marítimas e de direção e velocidade do vento. Com essas informações foi possível afirmar que as manchas de petróleo estão se deslocando 30 cm por hora.

Registro na Litorânea

Um surfista publicou imagens de manchas de óleo no seu pé, afirmando ser sujo pelo óleo na praia de São Marcos, onde fica a Avenida Litorânea.

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