Intriga a grande rejeição do candidato à prefeitura de São Luís Bira do Pindaré, do PSB. Bira é um nome leve, conhecido na cidade e com boa atuação parlamentar tanto na Assembleia Legislativa quando na Câmara Federal.
Na pesquisa TV Guará/Econométrica, o candidato pode até reclamar da queda na sua intenção de votos. Mas uma coisa não foi captada apenas nesta pesquisa: a alta rejeição. Em todas as outras pesquisas, a rejeição de Bira sempre esteve entre as maiores. Nesta, ele não seria votado de jeito nenhum por 27,5% dos eleitores. Está atrás apenas de Adriano Sarney, que nem é mais candidato. Ou seja, Bira tem a maior rejeição entre os 11 candidatos que seguem na disputa.
Caso a explicação fosse pouco brilho político ou falta de poder de atração do eleitorado, só explicaria uma baixa intenção de votos, mas não alta rejeição. O eleitor tende a ignorar esses candidatos e dizer que não vota de jeito nenhum em um candidato com relevância que ele odeia.
Um fator pode explicar bem a rejeição de Bira e pode ser até positivo, porque lhe daria uma espécie de “teto” de rejeição: o bolsonarismo mais aguerrido.
Bira é o candidato mais à esquerda entre os mais relevantes na disputa. O bolsonarista identifica de imediato no candidato do PSB a representação das pautas da esquerda na eleição de São Luís. Pouco menos de 30% encaixaria no eleitor mais ferforoso do presidente Bolsonaro em São Luís. Na mesma pesquisa da Econométrica, 5,9% dos entrevistados avaliam como ótima e 19,2% como boa a gestão do presidente: ou seja 25,1% que aparentemente tem uma maior idolatria pelo presidente da República. Na cabeça desse eleitor, certamente, Bira seria totalmente rejeitado.
Assim, a rejeição do candidato representa uma parcela expressiva, porém limitada do eleitorado: menos de 30%. O problema é que ele precisa se virar para conquistar os votos dos outros 70% dentro de uma eleição com muitas opções para o eleitor.