A estranha coincidência dos alvos de Gaeco e Ministério Público no período pré-eleitoral

As recentes operações contra políticos maranhenses têm uma coincidência muito estranha que acabam colocando em xeque o trabalho do Gaeco, Ministério Público e Polícia Civil.

É muito coincidência que apenas os adversários políticos ferrenhos do governador Flávio Dino e do vice Carlos Brandão são alvos das operações.

Recentemente, houve ações contra o prefeito de Imperatriz, Assis Ramos, histórico adversário do grupo dinista e apoiador da pré-candidatura do senador Weverton. Ele foi alvo da operação do Grupo de Atuação Especial no Combate às Organizações Criminosas (Gaeco) do Ministério Público, com a Polícia Civil. Os motivos foram supostas irregularidades relacionadas à antiga empresa contratada para a coleta de lixo na cidade.

Outro alvo foi o prefeito de São Pedro dos Crentes, Lahesio Rodrigues Bonfim, que foi acusado pelo Ministério Púbico do Maranhão por supostas fraudes em processo licitatório para contratação de fornecedora de combustíveis para o Município. O pregão foi realizado quatro anos atrás.

Lahesio é pré-candidato a governador do Maranhão e tem grande identificação com o presidente Jair Bolsonaro. O prefeito é adversário do governador Flávio Dino, com quem diverge desde o primeiro mandato.

Outro adversário foi o deputado federal Josimar de Maranhãozinho, que foi alvo de uma operação da Polícia do Maranhão. O deputado que rompeu com o governador e passou a fazer duras críticas ao governo. Ele foi alvo do Gaeco e do Ministério Públicohá cerca de 5 meses na operação intitulada “Maranhão Nostrum para apurar possíveis fraudes em processos licitatórios para contratação da empresa Águia Farma Distribuidora de Medicamentos Ltda nos municípios maranhenses de Araguanã, Carutapera, Centro do Guilherme, Maranhãozinho, Pedro do Rosário e Zé Doca entre os anos de 2014 a 2018.

Maranhãozinho também é pré-candidato a governador contra Carlos Brandão. O mais interessante é que como Josimar tem prerrogativa de foro, assim que o nome dele foi alcançado nas investigações, o caso deveria ter sido transferido para a esfera federal.

Pode ser até coincidência da vida, mas uma coincidência tão grande que não tem como sobrecair uma dúvida sobre interferência política no trabalho tão importante da Polícia Civil e do Ministério Público. Afinal, estamos vivendo o período pré-eleitoral e dois pré-candidatos a governador sendo alvos justamente neste período.

Não defendendo estes políticos que devem ser investigados a fundo. Mas será que prefeitos e deputados que não são adversários políticos do governo também não são suspeitos de alguma irregularidade e deveriam ser investigados? Estranha coincidência.

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