Média de mortes em presídios do MA já é maior do que em 2013

Em Santa Inês, mais um preso foi morto.

Em Santa Inês, mais um preso foi morto.

Com apenas 23 dias, o ano de 2014 já tem média de mortes de presos maior do que 2013, ano com maior número de mortes em penitenciárias no estado. Nesta quarta-feira (22) morreu de forma brutal Cledeílson de Jesus Cunha, de 37 anos, que foi encontrado esquartejado dentro de um balde de lixo, no Centro de Ressocialização de Presos, de Santa Inês. Esta foi a quarta morte este ano.

A média é de 0,173 preso morto por dia no Maranhão. Em 2013 foram 60 mortes de pessoas que estavam sob a responsabilidade do estado maranhense. A média foi de 0,164 preso morto por dia. Caso o Maranhão mantenha a média de mortes, chegará ao final do ano com 63 mortes em presídios.

No ano passado, pelo menos 197 presos foram assassinados nas cadeias brasileiras em 22 Estados. Somente o Maranhão foi responsável por 30% do número de assassinatos em presídios do país inteiro em 2013.

Governo não constrói penitenciárias e tem que devolver R$ 20 milhões ao governo federal

Do Blog do John Cutrim

Convênios celebrados com o MA. Governo nunca aplicou os recursos.

Convênios celebrados com o MA. Governo nunca aplicou os recursos.

Quase R$ 20 milhões foram desperdiçados pelo Governo do Estado no quesito Segurança Pública. Roseana Sarney e o secretário Aluísio Mendes deixaram de aplicar verba destinada pelo Governo Federal e construir as penitenciárias de Pinheiro e Santa Inês.

O dinheiro ficou nos cofres do Governo do Estado desde 2011 até junho de 2013, mas os dois convênios que tinham o objetivo de diminuir o caos no sistema penitenciário do Maranhão acabaram voltando para a União, pois após dois anos o Governo do Estado sequer havia começado as obras a que tinha se comprometido dois anos antes.

Em 2011, após outra grave crise no Sistema Penitenciário do Maranhão, o Governo Federal resolveu agir em parceria com o Governo do Estado. Através do Departamento Penitenciário Nacional (Depen), o Governo Dilma destinou nada menos que R$ 19,7 milhões para a construção de duas penitenciárias.

No primeiro (129 vagas construídas para nova cadeia em Pinheiro), a União liberou R$ 5,3 milhões e ao Estado caberia entrar com R$ 900 mil. O prazo de vigência do convênio era de 23/12/2011 a 30/06/2013, mas o convênio foi “Cancelado por força do Decreto 7.654/2011 (Execução não iniciada até 30/06/2013)”.

O segundo convênio assinado na mesma data era para construir uma cadeia pública em Santa Inês com 384 vagas. R$ 14,4 milhões de investimento Federal e ao Estado caberia entrar com R$ 2,5 milhões. O prazo de vigência do convênio era o mesmo, mas o convênio foi “Cancelado por força do Decreto 7.654/2011 (Execução não iniciada até 30/06/2013)”.

Vagas em penitenciárias evitariam tragédias e vidas humanas perdidas

Com a adição de 513 vagas em Penitenciárias em cidades estratégicas, o Maranhão poderia ter evitado mais um escândalo proveniente da falta de comando no Governo do Estado se houvesse compromisso com a solução dos problemas.

É de conhecimento geral que a superlotação da Penitenciária de Pedrinhas foi o estopim para a rebelião que culminou em nove mortes e dezenas de feridos. Com certeza, as mais de 500 vagas que foram negligenciadas por Roseana Sarney e Aluísio Mendes poderiam ter diminuído as condições já precárias dos presos no Maranhão.

Depois de perder R$ 20 milhões por pura incompetência e falta de vontade política para resolver o problema da Segurança no Maranhão, agora Roseana decreta “Estado de Emergência” e promete gastar R$ 53 milhões na construção de novas penitenciárias. Infelizmente, a história faz crer que pode ser mais uma promessa não cumprida.