Política maranhense em notas

MPF também pede prisão de Murad

mpfO Ministério Público Federal no Maranhão se manifestou favoravelmente a pedido de prisão de ex-secretário de saúde do Estado do Maranhão. Para o procurador que atua no caso, Ricardo Murad praticou atos de destruição e ocultação de provas e não é absurdo concluir que assim continuará se comportando se permanecer em liberdade. Sendo assim, o MPF concorda com o pedido da Polícia Federal e também quer que seja decretada a prisão preventiva do ex-secretário.

E confirma queima de provas

pfmuradA nota do MPF confirma que na véspera do cumprimento do mandado de busca e apreensão, Ricardo Murad teria incinerado documentos no fundo do quintal de sua residência, levado documentos de sua casa para a casa de sua irmã, e ainda teria removido, do aparelho de circuito de TV de sua casa, o dispositivo onde são armazenadas as imagens registradas (HD), para impedir que a polícia captasse as cenas da retirada dos documentos e da incineração de papéis.

Flávio mais poderoso que Lula (?)

lulaAliados de Ricardo Murad batem cabeça no afã de encontrar explicações para o maior escândalo de corrupção da Saúde da história do Maranhão. Para desviar o foco, levantam suspeitas contra a Polícia Federal, o Ministério Público Federal e a Justiça Federal, instituições sem qualquer relação com o governo do Estado. Na visão deles, o governador do Maranhão é mais poderoso do que o ex-presidente Lula, que tem sido alvo de investigação voraz da PF. Os federais fizeram uma devassa nas empresas do filho de Lula e investiga até um sítio frequentado pelo ex-presidente da República. Se nem Lula tem controle sobre as instituições, imagine, Flávio. É muita imaginação!

Pena de Jhonathan aumenta

johnathanA 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Maranhão (TJMA), decidiu aumentar a pena de Jhonathan de Sousa, assassino confesso do jornalista Décio Sá. Condenado em julgamento anterior ao cumprimento de pena de 25 anos e três meses, ele teve sua condenação agravada para 27 anos e 5 meses de reclusão, em regime inicialmente fechado. Ficam mantidas as demais penas determinadas pela Justiça de 1º Grau. Na mesma sessão, o colegiado anulou o julgamento de Marcos Bruno Silva de Oliveira, que foi condenado a 18 anos e três meses de reclusão, por garantir fuga ao executor do crime, Jhonathan de Sousa. Com a nova determinação judicial, ele será submetido a novo Tribunal do Júri Popular.

Convocação de concursados em Ribamar

concursopublicoA Prefeitura de São José de Ribamar está realizando a última convocação de candidatos aprovados em concurso público realizado em 2011. As listas contendo os nomes dos 76 novos servidores públicos e a relação de documentos e exames necessários estão disponíveis no www.sjr.ma.gov.br . Estão sendo convocados aprovados para os cargos de guarda patrimonial, auxiliar de fiscalização tributária, técnico de higiene dental, técnico em meio ambiente, assistente social, enfermeiro obstetra e professor (ciências, educação artística, filosofia, geografia, história, inglês, língua portuguesa e matemática).

Novo seletivo da saúde

seletivoSaiu o edital para contratação de pessoal para o Hospital Regional de Caxias. O Instituto Corpore para o Desenvolvimento da Qualidade de Vida realiza o processo seletivo para a contratação de 402 profissionais que irão atuar no Hospital da Região dos Cocais. Sendo que 5% do total das vagas são destinadas aos candidatos com deficiência. As inscrições podem ser feitas nos dias 18 a 20 de novembro, por meio do site do Instituto Corpore: www.institutocorpore.org.br .

Lidiane Leite fica mesmo no Corpo de Bombeiros

Foto: Reprodução/ TV Mirante

Foto: Reprodução/ TV Mirante

Suspeita de desviar recursos da merenda escolar, a ex-prefeita de Bom Jardim, Lidiane Leite, ficará mesmo, pelo menos por enquanto, em uma cela no Corpo de Bombeiros. Lidiane ainda ficou algumas horas em uma cela do presídio feminino de Pedrinhas em virtude de decisão da juíza Ana Maria Almeida Vieira, da 1ª Vara de Execuções Criminais de São Luís.

Mas a defesa da “prefeita ostentação” conseguiu liminar e a Justiça Federal reafirmou a decisão anterior para que Lidiane ficasse no Corpo de Bombeiros de São Luís. Apesar do quartel não ter cela feminina, a ex-prefeita ficou em uma cela separada.

Lidiane deverá responder pelos crimes de peculato, fraude à licitação e associação criminosa.

Justiça decreta prisão de João Abreu

joaoabreuA Justiça determinou a prisão do ex-secretário chefe da Casa Civil, João Abreu. A Polícia ainda não prendeu o ex-secretário acusado de receber propina do doleiro Alberto Youssef para antecipar o pagamento de precatórios para a empresa Constran. A Justiça também bloqueou R$ 3 milhões das contas do ex-secretário.

Pelo menos três delatores confirmaram o pagamento de propina de R$ 3 milhões ao ex-secretário da Casa Civil, João Abreu.

O dinheiro foi negociado com à cúpula do governo Roseana Sarney com parte do acordo de R$ 10 milhões para antecipar o precatório de R$ 134 milhões à empresa Constran e garantir o pagamento regular das parcelas acertadas com o doleiro.

Andrea some da Assembleia após Ricardo anunciar que será preso

IMG-20150813-WA0016Após o “anúncio” do ex-secretário de Saúde, Ricardo Murad, de sua própria prisão (?), a filha do ex-secretário, deputada Andrea Murad (PMDB) “sumiu” da Assembleia Legislativa. A informação oficial é que Andrea teve um problema estomacal e por isso se ausentou da Casa do Povo nos últimos dois dias.

Ricardo Murad está em Brasília ainda, onde foi buscar as informações que postou sobre sua suposta prisão. Nas redes sociais, sua última postagem foi o “anúncio” de que seria preso pela Polícia Federal em uma trama fantasiosa de que o governador Flávio Dino teria algum tipo de influência da PF para ordenar sua prisão.

Na noite de ontem, Andrea voltou a rotina de atacar o governo nas redes sociais. Mas ainda não retornou à Assembleia.

Polícia prende mais um acusado de chefiar quadrilha de assalto a banco

Material apreendido com acusado: armas, drogas, dinheiro e explodivos

Material apreendido com acusado: armas, drogas, dinheiro e explosivos

A Polícia Civil, através do Departamento de Combate a Assaltos a Instituições Financeiras (DECRIF) apresentou nas dependências da Superintendência Estadual de Investigações Criminais (SEIC), Higgo Pereira da Silva, de 45 anos, suspeito de chefiar uma quadrilha especializada em assaltos a instituições financeiras.

Higgo Pereira foi preso em uma operação realizada na noite de quinta-feira (11), na zona rural do município de Santo Antônio dos Lopes, há 62 km de distância de Presidente Dutra. Na oportunidade, foi encontrado em poder dele, uma carabina calibre 30; uma espingarda calibre 12, uma pistola ponto 40, uma pistola calibre 380; um revólver 38; quarenta e quatro munições, 37 munições de calibre 30; vinte munições 38, vinte e oito munições 380; 18 bananas de dinamite, um maçarico marca Honest, dois coletes balísticos; uma coronha; três cordéis detonantes e dois celulares da marca LG.

 Na ocasião, o delegado Tiago Bardal, titular do Decrif informou que Higgo Pereira tem contra si três mandados de prisões, por suspeita de participação no assalto a Empresa Radar em 2013, quando uma quadrilha subtraiu bananas de dinamites usadas em explosões de agências bancárias.

 Ainda de acordo com Tiago Bardal, o suspeito teria participado do assalto à agência do Banco do Brasil das cidades de Esperantinópolis, ocorrido no último dia 10, e à agência do município de Santo Antônio dos Lopes ação realizada em 1º de abril deste ano.

 O delegado relatou ainda, que em oitiva o chefe da quadrilha confessou os delitos praticados nos últimos assaltos. “A Polícia Civil já identificou os outros seis integrantes da quadrilha. Em breve, eles serão presos”, finalizou.

Justiça decreta prisão de indicado do PT para a Cadet

claudiocadetO ex-diretor do Centro de Detenção do Complexo de Pedrinhas (Cadet), Cláudio Henrique Bezerra Barcelos, teve prisão decretada pela 3ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado (TJMA), por maioria de votos. Cláudio Barcelos é suspeito de promover evasão de detentos do Cadet e ter ligação direta com o caos que se instalou no sistema penitenciário do Maranhão.

A determinação decorreu de recurso interposto junto ao TJMA, pelo Ministério Público do Maranhão (MPMA), contra decisão de Juízo da Central de Inquérito de São Luís, que concedeu liberdade provisória ao acusado, investigado sob suspeita de ter praticado os crimes tipificados no artigo 319 e 351 do Código Penal (Prevaricação e Fuga de pessoa presa ou submetida à medida de segurança).

De acordo com o Ministério Público, está evidenciado nos autos que Cláudio Barcelos gerenciava esquema de evasão de presos do Centro de Detenção Provisória, dirigido por ele à época, mediante pagamento, mantinha ainda contato telefônico com os detentos, aos quais prometia favores, incluindo a “agilização” de processos judiciais.

O ex-diretor do Centro de Detenção do Complexo de Pedrinhas teria forjado documentos, comunicando falsamente a fuga de detentos com os quais se comunicava via mensagens telefônicas.

O entendimento do MPMA é de que a simples demissão do indiciado da direção do Cadet não seria suficiente para restaurar a ordem pública. Aponta ainda o órgão ministerial que, após a soltura do acusado, ordens oriundas de dentro do sistema prisional culminaram na queima de vários ônibus na cidade de São Luís, o que provocou transtornos à população.

Ao analisar os autos, o revisor do processo, desembargador José Joaquim Figueiredo, afirmou que a prisão deve ser preservada a bem da ordem pública, alicerçada na gravidade do crime e na respectiva repercussão social.

“Entendo imprescindível a manutenção da custódia para que seja expedido o competente mandado de prisão”, assinalou o desembargador em seu voto.

Operação de agiotagem em Dom Pedro foi a largada para os outros 41 municípios

jeffersonportelaEm conversa com o titular do Blog, o secretário estadual de segurança, Jefferson Portela, comentou a reabertura dos inquéritos de agiotagem no Maranhão e o desdobramento da Operação Imperador, que culminou com a detenção dos acusados de agiotagem em Dom Pedro.

Os principais acusados, a ex-prefeita de Dom Pedro, Arlene Barros, e o filho, Eduardo DP, foram soltos no último final se semana, o que causa uma certa frustração na sociedade. Portela explicou que os acusados tiveram que ser soltos por uma obrigação legal, mas que este foi um passo importante com as tomadas dos depoimentos e apreensões. “Eles foram soltos porque o prazo da prisão temporária se esgotou. Mas, com a prisão deles, o inquérito teve a largada e foi um marco para o aprofundamento das investigações. E eles foram interrogados e o inquérito tem andamento”.

Portela explicou ainda que a comissão de delegados formada para a apuração da agiotagem poderá ainda com o relatório final do caso específico de Dom Pedro, decidir sobre o pedido de prisão dos acusados.

O secretário afirmou ainda que a comissão está concluindo o inquérito de Dom Pedro, e com esta conclusão, partirá para os outros casos de agiotagem, já que já é pública a informação de que 42 prefeituras são investigadas. “O conjunto é a investigação da agiotagem em todo o Maranhão. E temos ainda 41 municípios para serem investigados por crime organizado e agiotagem. A comissão irá trabalhar para desvendar todos os casos”.

Sobre a instalação da da Superintendência de Combate à Corrupção, Portela afirmou que o nome do superintendente e a estrutura serão definidos ainda este mês para que esta seja colocada em funcionamento.

Eduardo DP se entrega; mais apreensões hoje em Codó

eduardodpO principal investigado da Operação Imperador, Eduardo DP, o Imperador, se entregou à polícia nesta quarta-feira (1º). Ele se apresentou se sede da Superintendência Estadual de Investigações Criminais (Seic). O Imperador presta depoimento e deverá ficar na própria Seic em prisão temporária.

Como desdobramento da Operação Imperador, nesta quarta a Polícia Civil cumpriu mandados de busca e apreensão em empresas localizadas em Codó, a 290 quilômetros da capital São Luís. A cidade foi escolhida porque sedia as empresas Contruservice LTDA; Rio Anil Construções e Esmeralda Construções, com quem Eduardo ‘Imperador’, um dos principais investigados, mantém negócios. Além das empresas foi cumprido um mandado de busca e apreensão na casa do Rômulo Barros, irmão de Eduardo ‘imperador’.

De acordo com o delegado Guilherme Sousa Filho, um dos integrantes da comissão responsável por investigar crimes de agiotagem e corrupção, na casa de Rômulo foi apreendida vasta documentação de interesse da investigação criminal, como documentos falsos de Arnaldo Falcão Barros, tio de ‘imperador’.

Na Construservice foram apreendido, além de documentações, computadores, carimbos, 20 veículos entre caminhões e caçambas, oito maquinas pesadas, uma máquina de processar asfalto e oito contêineres, tudo pertencente a Eduardo imperador. Nessa apreensão encontramos um caminhão Mercedez Benz, suspeito de ter sido roubado de Goiás.

Segundo o delegado, a empresa Rio Anil Construções só existe no papel e seria usada para lavar dinheiro público. No local onde deveria funcionar existe um grande matagal.  A empresa Esmerada também só existe no papel, pois no local existe uma residência, informou o delegado.

A operação
Denominada ‘Imperador’, na terça-feira (31) a operação resultou na prisão da ex-prefeita de Dom Pedro, Arlene Barros Costa, acusada de envolvimento na prática de agiotagem e licitações fraudulentas, que culminaram no desvio de mais de R$ 5 milhões dos cofres públicos.

As investigações também revelaram o envolvimento de Alfredo Falcão, filho de Arlene, Rodrigo Manso, sobrinho da ex-gestora, e João Cavalcante Neto, funcionário utilizado como laranja no esquema de corrupção. Os três acusados já receberam mandado de condução coercitiva.

Na casa de Arlene, em São Luís, foram apreendidos quatro veículos e um montante de documentos falsos. Em Codó, 20 carros de luxo da ex-prefeita foram retidos pela polícia. Mais de dez empresas fantasmas criadas por Arlene e a família foram descobertas com registros falsificados.

O filho da ex-prefeita, Eduardo DP, conhecido no município por ‘Imperador’, está sendo investigado por envolvimento direto em fraudes de procedimentos licitatórios, utilização de documentação falsa (identidade e CPF) e CNPJ’s fantasmas. Ele é considerado o líder da quadrilha na área.

O foco da agiotagem e licitações fraudulentas em Dom Pedro era a distribuição de merenda escolar e medicamentos. O secretário de Segurança Pública, Jefferson Portela, afirmou que as investigações no município continuam e que nos próximos dias novos fatos serão acrescentados ao processo.

“Em Dom Pedro aconteceu a primeira etapa de uma investigação contínua sobre corrupção e agiotagem no Maranhão. A morte de Décio Sá foi uma referência para as investigações sobre este crime e vamos dar continuidade ao desbaratamento destes grupos corruptos. Estamos retomando as investigações para finalizar tudo. O trabalho não irá parar”, declarou o secretário.

Prender para confessar?

Por Carlos Eduardo Lula

06/05/2011. Crédito: Neidson Moreira/OIMP/D.A Press. Brasil. São Luís - MA. Carlos Eduardo Lula, advogado.Antes de qualquer coisa, gostaria de esclarecer ao amigo leitor, que, tal como você, sou mais um brasileiro a combater a corrupção, ciente das mazelas que tal conduta traz na iniciativa pública e privada. Feita essa premissa, dispensável em outros tempos, mas necessária na quadra atual, quando parece estarmos prestes a novamente assistir pessoas sendo mortas na fogueira em praça pública, podemos continuar.

Tenho assistido cada vez mais horrorizado a condução da operação “Lava Jato”. Parece-nos que a mesma falta de cuidado na grafia da expressão “lava a jato” houve na interpretação da lei penal pelos órgãos julgadores e acusadores no caso. Não discuto aqui o desbaratamento da quadrilha que tomou de conta da Petrobrás. Comprovados os fatos narrados pela imprensa, todos devem merecer dura condenação.

O que me assusta, contudo, é saber até que ponto a sociedade vai renunciar a conquistas históricas sob o pretexto de “combater o crime”. Sim, porque, até o presente momento, o que se tem assistido, pelo menos do que publicamente se expõe, é uma hermenêutica completamente equivocada, com todo o respeito, dos mecanismos postos à disposição do Estado para incriminar uma pessoa.

Diz o artigo 312 do Código de Processo Penal: “A prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da ordem pública, da ordem econômica, por conveniência da instrução criminal, ou para assegurar a aplicação da lei penal, quando houver prova da existência do crime e indício suficiente de autoria”.

Diante de tal dispositivo normativo, o Ministério Público Federal tem entendido que a atual redação do art. 312 do Código de Processo Penal permite a prisão preventiva ante a “possibilidade real de o infrator colaborar com a apuração da infração penal”, o que nos faz voltar aos tempos da Idade Média. Agora, sob a égide da Constituição de 1988, repentinamente se tornou possível alguém permanecer preso até que venha confessar seu delito.

O nobre magistrado, por essa interpretação, deixaria de ser um guardião da segurança individual, um defensor dos direitos fundamentais, e passaria a ser, ao lado do Ministério Público, um investigador, um combatente do crime…

A história dos Direitos Fundamentais é a história da limitação do poder e essa lição tem de ser sempre relembrada. A humanidade levou séculos para conseguir a garantia do Juiz Natural, para conseguir ser julgada por um órgão que não estivesse subordinado ao Rei. Demoramos outros tantos séculos para se chegar à conclusão de que o Estado, enfim, não poderia se utilizar da tortura para obter qualquer tipo de confissão.

Não temos sequer a quantidade estimada de pessoas que perderam suas vidas antes de termos a distinção entre o órgão julgador e o órgão de acusação. E o que se vê durante a condução da operação? Um magistrado que deixa sua posição acima das partes para auxiliar o Ministério Público na prova da imputação da peça acusatória, um verdadeiro retrocesso.

Mas a sociedade tudo parece permitir, sob o fundamento de “combater o crime”. Agora imagine o amigo leitor que seu filho venha a ser repentinamente preso, numa festa. A acusação que passa a pesar contra ele é que faz parte de uma quadrilha internacional de tráfico de drogas. Para você, isso não faz sentido. Mas, em tese, havendo indícios de autoria e materialidade, o amigo leitor poderia ter seu filho, sabe-se lá por quanto tempo, preso para fins de “conveniência da instrução criminal”, para se obter sua confissão, em suma. Seria correto?

Admitir que a prisão preventiva se transforme num instrumento de obtenção de confissão é simplesmente renegar conquistas históricas de Direitos Fundamentais que demoramos séculos para conseguir. Na verdade, essa degeneração das prisões cautelares como meio para constranger o preso – o que não deixa de ser um modo de tortura – é apenas um retorno à Idade Média, quando era permitida a prisão, a tortura, a consequente confissão e o julgamento com base na confissão obtida mediante tortura.

Prisão preventiva não se destina à produção de provas e não há qualquer fundamento, nem mesmo o dito combate à criminalidade, que deva permitir tamanho retrocesso em termos de Direitos Fundamentais.

 

Carlos Eduardo Lula é Advogado, Presidente da Comissão de Direito Eleitoral da OAB/MA, Secretário Adjunto da Casa Civil do Governo do Maranhão e Professor Universitário. e-mail:[email protected] . Escreve às terças para o Blog do Clodoaldo Corrêa

Superintendente do Incra é preso pela PF na Operação Ferro e Fogo

César Carneiro foi preso em Imperatriz

César Carneiro foi preso em Imperatriz

Do G1 Maranhão

O superintendente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Antônio Carneiro, foi preso na manhã desta terça-feira (2), em Imperatriz, durante uma operação da Polícia Federal no Maranhão. A Operação Ferro e Fogo I e II investiga um esquema de corrupção envolvendo servidores públicos do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Recursos Naturais (Sema) e empresários.

Carneiro foi preso por suspeita de ter participado do esquema de corrupção quando era secretário adjunto da Sema. Nesta manhã, ele estava dentro de um avião com destino a Brasília quando foi detido pelos policiais federais.

No total, serão cumpridos dois mandados de prisão preventiva, 21 mandados de prisão temporária, 28 mandados de busca e apreensão e seis conduções coercitivas. Segundo a PF, pelo menos quatro pessoas já teriam sido presas: uma em Açailândia, uma em Balsas, uma em Davinópolis e outra em Imperatriz. Ainda não há informações sobre a identidade dos outros detidos.

De acordo com inquérito da Delegacia Especializada em Repressão e Crimes contra o Meio Ambiente, a organização criminosa cobrava dinheiro para auxiliar empresários em processos administrativos, concedendo informações privilegiadas sobre fiscalizações e na execução de fraudes em processos ambientais.