Um dia após lançar candidatura de Roseana, Jucá tem sigilo de denúncia por corrupção quebrado

Um dia depois de lançar a candidatura de Roseana Sarney ao governo do Maranhão, o presidente do PMDB, senador Romero Jucá, viu o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), retirar o sigilo da denúncia contra ele e contra o empresário Jorge Gerdau, presidente do Conselho de Administração do Grupo Gerdau.

Os dois foram denunciados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por corrupção passiva e ativa e por lavagem de dinheiro.

A denúncia refere-se a crimes na Operação Zelotes, que apura fraudes no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), o tribunal de recursos da Receita Federal.

As investigações da Polícia Federal apontam que em 2013, enquanto líder do governo no Senado, Jucá teria alterado uma medida provisória para beneficiar o grupo Gerdau. À época, o senador era relator de proposta que mudava a tributação sobre o lucro de empresas brasileiras fora do país.

Ontem, Jucá declarou que “com a amiga, ex-governadora, ex-senadora, grande figura humana que é Roseana Sarney, que precisa voltar para dar esperança novamente à população com toda a experiência que ela tem. Nós estaremos unidos, todo o PMDB nacional, apoiando as ações da Roseana aí na eleição e depois no governo”.

Roseana anda mal de companheiros de partido…

Flávio em Brasília: a quebra do poder oligárquico em sua raiz

Flávio e Dilma para além querela de PT-PSDB

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A grande dificuldade dos poucos anos em que a oposição ao grupo Sarney esteve no governo (dois de Zé Reinaldo e dois de Jackson Lago) foi justamente na essência de onde Sarney nutre o poder que sempre utilizou para manter a dominação de quase 50 anos no Maranhão: a força política em Brasília.

José Sarney chegou ao poder no Maranhão com a apoio da Ditadura Militar em 1965 quando se elegeu e quebrou anos de Vitorinismo (ciclo de domínio da Oligarquia Vitorino Freire). Desde então, aprendeu que o poder nacional é a grande fonte de manutenção do poder local e exerce isso da maneira que for preciso para manter seu domínio através das relações coronelistas e patrimonialistas.

As utilizações de seu poder em Brasília foram feitas de forma mais contundentes e escandalosas nos últimos anos. Nos governos Zé Reinaldo e Jackson, o entrave proporcionado por Sarney para que os recursos federais chegassem ao Maranhão. Em 2009, o julgamento político que cassou o governador Jackson Lago com todos os dedos do ex-presidente. Em 2010, Sarney provocou a intervenção no PT do Maranhão para ter o apoio da legenda à Roseana, constrangendo Lula no estado. O constrangimento em 2014 foi repetido com Lula pedindo votos para Edinho Lobão e a presidente Dilma teve muita resistência de não ceder à pressão e se “queimar” pedindo votos para o candidato do grupo Sarney.

Assim, o governo Flávio inicia quebrando justamente o entrave ao Maranhão quando o governo não era favorável ao Clã: o Palácio do Planalto. O governador foi pessoalmente à Brasília e articulou o andamento de convênios que estavam parados por simples desinteresse do governo anterior e a discussão para celebrar novas parcerias.

O novo governo mostra a preocupação que faltou nos governos de oposição anteriores (sim, este governo deve ser de oposição ao modelo de política, economia e relação institucional adotado nos últimos 50 anos no Maranhão): acabar com a influência negativa da Oligarquia em Brasília para prejudicar o Maranhão e manter privilégios.

O governador do Maranhão vem destravando convênios parados e obtendo conquistas importantes em Brasília. Isto significa a quebra principal do poder que atrasa o Maranhão e deixa o Estado com os piores indicadores sociais do país. Isto é transformação.