O jornal O Globo em maio deste ano, tratou do relatório do Tribunal de Contas da União (TCU), que apontou indícios graves de irregularidades da obra da Refinaria Premmium, que foi anunciada com grande festa por Lula, Roseana Sarney e Edison Lobão em 2010. Seria a maior refinaria do Brasil, com capacidade de produzir 600 mil barris/dia, empregaria 25 mil pessoas no ápice das obras e deveria entrar em pleno funcionamento em 2016. Quatro anos depois, o que se vê é a paralisação da obra, que somente em terraplanagem, consumiu R$ 583 milhões, além de mais R$ 1 bilhão em projetos, treinamentos, transporte, estudos ambientais. Todo o montante foi pago pela Petrobras.
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A previsão, agora, do engodo eleitoral, é que ela entre em operação em 2018. De acordo com os fiscais do TCU, somente em 1º de novembro de 2010 — oito meses depois da festa com Lula e companhia — e já com a terraplanagem em andamento, é que foi assinado um contrato para elaboração do projeto básico da Refinaria.
A pressa da Petrobras em dar visibilidade a uma refinaria que não tinha nem projeto básico ocasionou, de acordo com relatório do TCU, um dano de R$ 84,9 milhões. Diz um trecho do documento: “Entende-se que o contrato não poderia ter sido assinado sem a liberação das áreas para o consórcio construtor. A consequência disso foi um dano de R$ 84,9 milhões”. No entendimento dos técnicos do tribunal, a petroleira foi responsável pelo atraso na liberação do terreno e demorou a emitir ordens de serviço para que a terraplanagem começasse. O valor do dano contempla uma ação extrajudicial e um aditivo.
Muitos empreendedores perderam muito dinheiro, e o que se vê em Bacabeira, que teve a economia aquecida à época com a esperança da Refinaria, é um cenário de terra arrasada hoje.
Com mais um escândalo de corrupção, o governo Roseana, o ministério de Minas e Energia e a Petrobrás devem explicações.