Caso a governadora Roseana Sarney (PMDB) não queira mesmo que o presidente da Assembleia, Arnaldo Melo (PMDB), seja eleito governador na eleição indireta da Assembleia Legislativa, ela terá mesmo que ficar no cargo até dezembro de 2012. A governadora tem feito vários gestos de pressão para que Melo saia da disputa e o secretário de Infraestrutura, Luís Fernando Silva (PMDB), seja eleito.
Ocorre que não é só Arnaldo que está “peitando” a vontade de Roseana, mas um grupo considerável de deputados da base aliada. O grupo já disse inclusive para Arnaldo que se ele não for o candidato, outro deputado será, pois eles não aceitam a imposição do Palácio dos Leões.
O presidente da Assembleia não só quer ser governador, como já demonstrou que está disposto a enfrentar a fúria de Roseana para isso. A governadora fez nova ameaça velada, espalhando que só sairá do cargo no final de maio ou início de abril. Portanto, Arnaldo não deveria assumir o governo interinamente, pois ficaria inelegível para deputado (quem sentar na cadeira de governador após 4 de abril fica inelegível em outubro, exceto para o cargo de governador). Assim, o caminho ficaria aberto.
Porém, Arnaldo já com a garantia dos votos que tem, afirma aos deputados que senta na cadeira de governador assim que Roseana sair pelos 30 dias até que seja realizada a eleição indireta. Com a caneta na mão, garante que será eleito pelos deputados.
As ameaças que a governadora fez nos últimos dois dias não surtiram efeito na “campanha” de Arnaldo dentro da Assembleia. A situação de Roseana é difícil. Correr o risco de perder o governo do estado nas eleições de outubro e ainda ficar sem mandato parece um cenário dos mais tenebrosos. Restam duas saídas para a governadora: aceitar Arnaldo governador tampão e ter garantia de um mandato como Senadora, ou ficar no governo e ter a confiança de que com toda a força de estar no comando do estado, elegerá seu sucessor.