Em um dos últimos movimentos para tentar barrar a denúncia de corrupção contra o presidente Michel Temer (PMDB), o governo federal começou a informar que ministros com mandato de deputado retornarão à Câmara para participar da votação que vai definir se a denúncia deve ou não ser acolhida pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Um deles é o ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho (PV).
Zequinha Sarney, como também é conhecido, é aliado fiel de Temer, e seu pai, o oligarca José Sarney, é reconhecido como principal conselheiro político do presidente após o vazamento de escândalos de corrupção envolvendo o presidente.
Segundo o ministro Eliseu Padilha, da Casa Civil, 11 dos 12 ministros de Temer estarão na sessão desta quarta-feira (2) na Câmara para tentar bloquear a denúncia do Ministério Público contra o presidente.
O grupo Sarney precisa manter Temer na Presidência a todo custo até o final do mandato. As candidaturas de Sarney Filho para o Senado e de Roseana para o governo do Estado esperam contar com conveniente apoio da máquina federal no próximo ano. Sem Temer no poder, os membros do clã Sarney saíram debilitados na corrida eleitoral de 2018.
Para que o STF seja autorizado a analisar a acusação, baseada na delação do grupo J&F, ao menos 342 deputados terão de votar para derrubar o parecer que recomenda a rejeição da denúncia.
Zequinha volta a Câmara para mais uma vez cumprir seu fiel papel de executor de ordens da sua família e do seu grupo político. Mesmo que seja para votar a favor de Temer e contra o interesse da maioria da população brasileira.