A diferença entre fake news do MBL e o “crime de opinião” que alguns políticos tentam instalar

O Facebook retirou do ar uma rede de 196 páginas e 87 perfis brasileiros utilizados para espalhar notícias falsas. Uma considerável parte das contas era controlada por membros do grupo Movimento Brasil Livre (MBL), que acusam a empresa de praticar censura.

É preciso ter muita calma para diferenciar jornalismo opinativo, com posição forte sobre um ponto de vista e mesmo uma ideologia política, com a prática maliciosa de veicular notícias sabidamente falsas para, por falta de argumentos plausíveis, tentar mudar “na marra” a opinião das pessoas.

O Facebook deixou claro que retirou a rede do ar no Brasil após uma “rigorosa investigação” porque os perfis envolvidos eram falsos ou enganadores, violando sua política de autenticidade. A rede social tem um conjunto separado de ferramentas para combater a disseminação de notícias falsas com a ajuda de empresas externas de checagem de fatos.

As páginas, que juntas tinham mais de meio milhão de seguidores, variavam de notícias sensacionalistas a temas políticos, com uma abordagem claramente conservadora, com nomes como Jornalivre e O Diário Nacional. Espalhavam assim, centenas de notícias falsas contra desafetos políticos.

O jornalista maranhense George Marques, um dos mais influentes jornalistas políticos do país, deu um exemplo da gravidade das fake news, quando o grupo de direita tentou macular a memória da vereadora Marielle Franco, espalhando mentira contra quem já não está mais aqui para se defender.

A notícia falsa sobre Marielle após compartilhada pelo Facebook por mais 360 mil e mais de 1 milhão de visualizações no Twitter. Na época, deram muito trabalho para as agências de checagem de notícias que comprovaram a mentira.

A modus operandi do MBL é explícito: criação de sites e contas fakes com aparência jornalística, sensacionalismo e notícias sabidamente falsas. A própria Constituição defende a liberdade de expressão, vedando o anonimato. Mas o Facebook, que é uma empresa privada, com suas regras, tem regras ainda mais rígidas. A empresa não permite o uso de contas falsas para gerar e espalhar desinformação.

Assim, podemos perceber a diferença entre a perseguição que alguns políticos fazem contra o jornalismo de opinião. O jornalismo de opinião defende seu ponto de vista a partir de notícias verdadeiras, checadas e confirmadas. E muitas vezes, por conta da onda de Fake News, políticos aproveitam para tentar jogar tudo no mesmo “balaio”.

Um exemplo claro no Maranhão é a tentativa de um político desvencilhar sua imagem da chamada “Máfia de Anajatuba”. A informação é verdadeira, checada, com abundância de provas, e o jornalista, na condição de olho da sociedade, é duro nas linhas contra os partícipes da engenharia delituosa COMPROVADAMENTE existente. Então, o político ofendido trava uma guerra judicial contra o profissional alegando “fake news” em um fato existente, com inquérito, processo e provas, mas porque se sentiu ofendido.

Tão importante quanto combater a praga das fake news na internet como as promovidas pelo MBL é saber diferenciá-las do jornalismo político sério opinativo que é duro contra maus políticos, que adoram a confusão para ter o álibi de que tudo que é postado contra eles é fake news.

O que estes políticos pretendem é implantar o “crime de opinião”, só cabível em regimes totalitários. Embora, parece que cada vez mais pessoas sentem saudade deste tipo de regime.

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