De olho na substituição, Dino coloca Cappelli para aparecer no caso dos médicos; tiro pode sair pela culatra

O ministro Flávio Dino, dado como certo como substituto de Rosa Weber no Supremo Tribunal Federal, trabalha fortemente para colocar seu homem de confiança, Ricardo Cappelli, como substituto no ministério da Justiça e Segurança Pública.

Dino viu no caso do assassinato dos médicos no Rio de Janeiro uma oportunidade de dar mais exposição ao seu porta-voz e o Cappelli é quem tem falado para toda imprensa nacional sobre o caso apesar de até o momento não haver nenhum indício de que o caso precise ser federalizado. Todos os indícios apontam para um assassinato por engano na guerra entre traficantes e milicanos. Um dos médicos teria sido confundido com um miliciano pela sua aparência física.

A tentativa de dar visibilidade a Cappelli tende a sair pela culatra. Primeiro pela sua tentativa de negar que a principal linha de investigação é de fato a guerra entre traficantes e milicianos e tentar icutir que o crime teria alguma relação política já que um dos médicos mortos era irmão da deputada federal Sâmia Bonfim (PSOL-SP).

Além do problema da competência estadual da investigação e do problema de ir contra a principal linha de investigação estão depondo contra Cappelli na tentativa de torná-lo ministeriável.

Cappelli é jornalista e não tem formação em Direito nem em segurança pública ou na área militar. Se Cappelli fosse tornado ministro seria a primeira vez que o ministério da Justiça seria gerido por alguém que não tem formação em direito. Ficaria claro assim que o ministério continuaria de fato sendo gerido por Flávio Dino de dentro do STF.

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