Encerrada a folia, gestores precisam começar a disputar a solução dos problemas reais

Acabou a folia momesca e o confronto o prefeito Eduardo Braide e o governador Carlos Brandão pela disputa de quem coloca mais foliões em seus circuitos. Ao final da disputa, os vencedores foram artistas nacionais que embolsaram cachês gigantescos e as empresas contratadas para a estrutura. No caso de São Luís, Juju e Cacaia, depois de idas e voltas e uma contratação pra lá de duvidosa, ficou com o contrato de R$ 6,9 milhões.

Passada a folia chegou a hora dos dois gestores focarem no que realmente interessa à população que volta a conviver com a realidade do dia-a-dia do transporte público caótico, hospitais lotados e ruas sem estrutura. No meio ápice da folia, um chuva muito forte atingiu São Luís na segunda-feira (12) e foram muitos danos para a cidade. Logicamente, a repercussão foi abafada pela folia. Mas agora, não há mais como abafar os problemas reais da população.

São Luís tem um sistema de saúde que clama pelo investimento de milhões iguais ao gasto no carnaval. O Socorrão está lotado, as ruas estão castigadas e tendem a ser ainda mais castigadas pelas chuvas nos próximos meses, sem que a cidade tenha sido preparada. O déficit de vagas nas escolas públicas municipais ainda é muito grande, uma ves que a prefeitura aluga casas sem estrutura para escolas (anexos) e o restante da demanda é absorvida pelas escolas comunitárias, que sofrem para receber seus repasses. O sistema de transporte, então, dispensa apresentações negativas. São Luís quase ficou sem ônibus durante a folia, e após a quarta greve na gestão Eduardo Braide a cidade refém dos empresários do transporte teve que dobrar o subsídio sem nenuma contrapartida e o usuário continua usando um transporte velho, lotado, que demora muito e com um indicativo de piora com o fim do serviço de cobradores.

Na gestão estadual são muitas rodovias estaduais que precisam de melhora, o problema dos voçorocas precisa de maior atenção para evitar tragédias em Buriticupu e é preciso avançar no anel metropolitano (que até já começou a ser feito) e em mais obras estruturais para o tráfego na Ilha. O governo também precisa ter um hospital de urgência e emergência para auxiliar no atendimento da capital, uma vez que grande parte da demanda vem do interior do estado. O Hospital da Ilha tinha a promessa de ser este hospital, mas tem funcionado como atendimento ambulatorial, dee cirurgias eletivas e unidades de queimados, que são importantíssimos, mas também precisa de um atendimento de urgência e emergência. A educação avanaçou muito na questão da estrutura, praticamente zerando as escolas de taipa no Maranhão, agora é hora de avançar na parte da pedagógica, de currículo e de combate à evasão escolar para melhorar o Ideb. O saneamento é uma questão urgente pelo marco do setor, já que a Caema está em vias de falência e o governo precisa definir se privatiza de vez o sistema de água e esgoto e como será financiado o esgotamento e a estrutura de grande porte para o saneamento nos pequenos municípios.

Estas são só algumas das questões mais urgentes que governo e prefeitura devem disputar com o final da folia. Sem minimizar a importância do carnaval e da cadeia produtiva que ele gera. O problema o gigantesco uso da festa como instrumento de propaganda política por parte dos gestores, o que fez o gasto subir estratosfericamente. Então, eles devem usar esta mesma empolgação em outras áreas.

A população voltará a ter cortina de fumaça sobre os problemas reais apenas no São João, quando os gestores podem voltar a usar uma festa popular como instrumento de propaganda política. Até lá, é preciso se concentrar nos problemas reais.

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