A declaração do prefeito Eduardo Braide de que não tem nenhuma relação com o irmão, Tonho Braide, pareceu muto mais uma medida desesperada para se livrar de qualquer relação com o que ainda será apurado e divulgado no caso envolvendo o “carro do milhão“.
A declaração de Braide não se sustenta porque se a ideia é culpar Tonho Braide por qualquer eventual irregularidade envolvendo o dinheiro encontrado no Renalt Clio, esta suposta irregularidade só pode envolver uma fonte irregular do recurso: a prefeitura de São Luís.
Como o médico Tonho Braide pode ter acesso a alguma fonte de recurso público irregular de grande monta – caso seja esta a conclusão da investigação – que não seja pela prefeitura comandada pelo irmão?
Lógico que se a investigação apontar para Antônio Carlos Braide como artífice de algum esquema de corrupção, o prefeito cometeu crime de responsabilidade por omissão. Afinal, o poder e a influência de Tonho Braide na prefeitura é de conhecimento de todos do meio político e empresarial. Se ele utiliza esta influência para qualquer tipo de irregularidade mesmo não tendo nenhum cargo na prefeitura, existe a anuência mesmo que tácita do irmão.
Além disso, os dois envolvidos diretamente, Carlos Augusto, que se apresentou como dono do Renalt Clio com mais de R$ 1 milhão, e Guilherme Ferreira Teixeira, que era quem estava no carro no momento em que foi deixado na rua das Andirobas, no Renascença, foram funcionários da prefeitura de São Luís. Guilherme foi funcionário do próprio Eduardo Braide na Câmara dos Deputados quando ele era deputado federal.
A ligação entre todos os envolvidos e o prefeito Eduardo Braide é umbilical. Caso a investigação aponte irregularidade envolvendo dinheiro público da prefeitura de São Luís, dizer que “está de mal” com o irmão não tira em nada a responsabilidade do gestor maior.
Além da saída encontrada pelo prefeito ser tão desesperada a ponto de deixar claro que está disposto a jogar o próprio irmão na lama para se salvar, ela também não encontra respaldo para livrá-lo da responsabilidade, no mínimo, por omissão.
Clodoaldo,
SEMOSP, SEMURH, SMTT, SEMIT, IMPUR, BLITZ URBANA, LIMPEZA PÙBLICA.
Todas essas secretarias são indicações de Antônio Braide.