Terceirização do problema por Braide mostra que São Luís permanecerá refém dos empresários de ônibus

Após algumas entrevistas durante esta campanha, o prefeito Eduardo Braide (PSD) tem dado a mesma resposta sobre o problema do transporte público, que é uma das áreas mais deficientes de sua gestão. E é preocupante a falta de ideias para uma resolução, apenas terceirizando e jogando a culpa para a Câmara de Vereadores.

Durante entrevista para a TV Mirante nesta quarta-feira (11), quando questionado sobre as três greves dos rodoviários, dois aumentos de passagem e subsídios de 7 milhões como as marcas de seu governo no transporte público, o prefeito de São Luís disse que as greves ocorreram porque os empresários queriam aumentar a passagem e ele segurou, dando “apenas” dois aumentos de 20 e 30 centavos. E o pior, foi repetir que o grande problema do transporte público de São Luís é ter encaminhado à Câmara Municipal um projeto de lei que autoriza o Poder Executivo a fazer a revisão do contrato de licitação.

Assim, o prefeito tenta terceirizar o problema e deixa claro que o sistema vai continuar como está porque ele precisaria de uma autorização da Câmara para rever a licitação. Porém, se as empresas não estão cumprindo o que exige o contrato estabelecido pela licitação do transporte de São Luís, que previa renovação da frota, percentual gradativo de ônibus com ar condicionado, condições de manutenção entre outras melhorias, a prefeitura pode de pronto rever os contratos ou revisar a licitação. Não precisa de autorização da Câmara para isso.

A licitação do transporte previa discussão anual de reajuste da tarifa. Mas para isso acontecer, é preciso discussão séria com a fórmula paramétrica e com números abertos que nunca são mostrados para a sociedade sobre qual o custo real e a margem de lucro do sistema de transporte da capital. Sempre o que acontece é um jogo de pressão, greve dos rodoviários, os empresários dizem que precisam reajustar a passagem em um valor muito alto, a prefeitura finge que foi muito boazinha e permitiu o reajuste apenas de 30% deste valor (que já era o esperado desde o começo), além de aumentar o subsídio pago pela prefeitura aos empresários, despejando dinheiro público para um serviço privado sem nenhuma transparência.

Assim, o usuário segue tendo um péssimo sistema de transporte com reajustes anuais sem discussão sobre a melhoria e sobre o custo deste sistema. E pelas palavras do atual prefeito que ao tudo indica caminha para ser reeleito, termos mais quatro anos exatamente com o mesmo formato.

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