Os helicópteros fretados pela Secretaria de Saúde em 2014 serviram para uso pessoal do ex-secretário Ricardo Murad e de sua família, além do desvio de recursos com superfaturamento do contrato com a PMR Táxi Aéreo para financiar a campanha eleitoral da filha e do genro de Ricardo. O caso foi investigado pela Secretaria de Estado de Transparência e Controle que produziu um relatório sobre todas as irregularidades identificadas.
Durante as investigações foram ouvidos os pilotos das aeronaves que afirmaram que a maioria dos voos registrados e pagos pela Secretaria de Estado da Saúde tinham como passageiro Ricardo Murad, acompanhado pela sua mulher, Teresa Mura. O destino dos dois era Coroatá, onde a esposa é prefeita e a família mantém seu reduto eleitoral.
Em exame das planilhas de voos apresentadas pela empresa PMR Táxi Aéreo para a Secretaria de Saúde (SES), constatou-se que nada menos que 40% dos voos pagos tinham como origem ou destino o município de Coroatá, quase todos transportando o ex-secretário e a mulher dele. Dos 60 voos realizados tendo Coroatá como destino ou origem, apenas cinco serviram para a prestação de serviços aeromédicos.
Os pilotos ainda confirmaram em depoimento perante a comissão da Secretaria de Transparência e Controle que os helicópteros pousavam em uma casa de eventos ao lado da residência de Ricardo Murad. Além de caracterizar o crime de peculato, ao contratar as aeronaves da PMR Táxi Aéreo a SES previa o uso apenas para transporte de pacientes enfermos, prestação de serviços aeromédicos ou fiscalização de obras, tornando irregular qualquer outro uso.