Familiares, amigos e centenas de artistas se fizeram presentes para prestar a última homenagem ao cantor, compositor, poeta e instrumentista, José de Ribamar Viana, o Papete. O multiartista maranhense faleceu na madrugada de quinta-feira (26), em São Paulo, após lutar contra um câncer de próstata. O velório foi realizado nesta sexta-feira (27), na Casa do Maranhão, no Centro Histórico ao som de muita música, recitais e diversas homenagens para lembrar o artista que partiu deixando um imensurável legado para a arte, música e a cultura do Maranhão.
O governador Flávio Dino compareceu ao velório para prestar suas condolências aos familiares e amigos do artista e ressaltou a importância de Papete. “A arte de Papete é especial para mim. Ele é um nome de grande significância para o Maranhão, sobretudo por sempre defender os nomes desta cultura por onde ia”, disse o governador. Flávio Dino pontuou que Papete “não poderá estar conosco nestes festejos, mas sua obra e memória estarão, sempre vivos”.
O secretário de Estado de Comunicação e Assuntos Políticos (Secap), Márcio Jerry, e o secretário de Estado de Cultura e Turismo (Sectur), Diego Galdino, também estiveram na solenidade. O arraial do Ipem levará o nome do artista e terá um espaço exclusivo à memória dele no festejo. O secretário informou ainda que o primeiro dia de programação, dia 17 de junho, será todo dedicado ao artista.
“Ele deixa, sem dúvida, um legado de imensurável valor para a cultura do maranhense. Papete trabalhou sempre voltado para as festas juninas e este será o primeiro ano em que não estará presente. Mas estará em nossa memória, em nosso coração e no daqueles que reconhecem o trabalho que ele desenvolveu”, ressaltou Gisele Paiva, viúva do artista. Ela lembrou do envolvimento de Papete com a arte local e os festejos juninos e que, mesmo doente, dizia que estaria no Maranhão para acompanhar as festas. “O que eu espero agora é que dêem continuidade ao trabalho dele, que mantenham viva a memória dele”, destacou.
Um grande conhecedor da cultura maranhense e defensor, assim traduz Chiquinho França sobre quem era o artista Papete. O músico instrumentista conta que há sete meses teve um encontro com Papete, quando de sua estada na capital e o convidou para um projeto artístico, o Som do Mará. “Ele de pronto aceitou e mostrou um entusiasmo por ser convidado a fazer parte desta iniciativa que tem como mote elevar a música local. Eu fiquei lisonjeado com o aceite dele. Papete é único e especial”, ressaltou.
O cantor Mano Borges ressaltou a tristeza por este primeiro São João sem o artista e as homenagens que devem ser feitas para lembrar seu legado. “Estamos acostumados com o Papete nesta grande festa da cultura maranhense e infelizmente ele não estará conosco. Mas nós saberemos lembrar o artista que ele sempre será e tudo que significa para a música e cultura maranhense”.
A despedida para Papete reuniu muitos artistas que prestaram uma bela homenagem durante o velório. Amigos e colegas de arte entraram no salão da Casa do Maranhão entoando, em fortes vozes, as canções emblemáticas do artista como Engenho de Flores, Bandeira de Aço e outras. Os fortes sons dos pandeirões ecoaram na sala fazendo daquele momento triste um episódio de boas lembranças e alegria pelo que ele representou. Estavam presentes a mais esta homenagem, dentre outros, os artistas Josias Sobrinho, Gerude, Cecília Leite, o poeta e escritor de cordel Tibúrcio Bezerra, Célia Maria, Ronald Pinheiro.