O candidato a prefeito de São Luís Eduardo Braide (PMN) mostrou que causa mesmo incômodo a situação envolvendo possível racismo do candidato. Braide levou o assunto para dentro de seu horário eleitoral. Uma senhora negra se apresentou como sendo empregada da família Braide, tendo cuidado de Eduardo desde a infância.
Primeiramente, a ideia foi infeliz por ser depreciativa a colocação de um negro em situação de dependência como a de empregado da “Casa Grande”. Afinal, Braide poderia ter colocado para dar depoimento algum amigo negro de escola, da faculdade, do futebol ou vizinho da Rua do Passeio (onde diz ter morado na infância e adolescência), já que a comunidade negra no Centro de São Luís é muito grande. A empregada da família, teoricamente, não tem a independência necessária para o caso.
Depois, a forma como foi questionada e respondeu, não passa a credibilidade e naturalidade que pretendia o candidato. Ao ser perguntada se Braide já havia cometido algum ato de racismo, a senhora respira, pensa e balança a cabeça negativamente afirmando que “nunca”. A posição de subserviência em que a senhora é colocada parece mais atrapalhar do que ajudar o candidato a construir uma imagem favorável junto ao eleitorado negro da capital.
Braide teria sido acusado de racismo por um professor do candidato quando era estudante secundarista.