“Há um apagão geral”, diz Flávio Dino sobre atuação do Governo Federal

Em entrevista à Globonews nesta quinta-feira (25) o governador Flávio Dino afirmou que as movimentações do presidente da República em relação ao Congresso não devem alterar o fator principal da crise de governo, de governança e de governabilidade vivida no país.

“Estamos falando da própria forma pela qual o Bolsonaro atua. Ele vai continuar sendo um elemento tumultuador, desagregador, uma espécie de força centrífuga porque ele precisa disto para manter o extremismo aquecido na sua base social, cada dia mais escassa, e também para tentar turvar o caminho de funcionamento das instituições para buscar proteger a si, aos seus familiares e seus amigos próximos”, disse Dino.

Ao ser questionado sobre as dificuldades concretas que os estados e municípios encontram junto ao Governo Federal, o governador do Maranhão citou a crise econômica, com provável queda do PIB de 8%, além da temática do apoio às micro e pequenas empresas. “As políticas não chegam. É essencial que elas existam para evitar uma desorganização das cadeias de oferta e demanda, quebradeiras em sequência e a elevação do desemprego. São políticas muito desacertadas, presas, inclusive, a dogmas ideológicos e por isso não conseguem aderir à dramaticidade, à nota de urgência que essas políticas têm”, afirmou Flávio Dino.

Além da crise econômica, o governador tratou da descontinuidade nas políticas sociais, como a educação e saúde.

“A bem da verdade, nos últimos meses ou anos, não tivemos um ministro da Educação. Zero política educacional. Nós temos o Fundeb, o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação Básica, fundamental para o financiamento das políticas educacionais de estados e municípios e, portanto, pra milhões de crianças e jovens, cuja vigência termina neste ano, e não há uma movimentação do Governo Federal para renovar”, assegurou Dino.

Ele citou ainda a descontinuidade das equipes gerenciais no combate ao coronavírus, em que não há uma política nacional, uma coordenação nacional que assegure, inclusive, uma convergência, aquela que for possível em um país continental, no que se refere às ações de enfrentamento à pandemia no país.

“Então, qualquer que seja o plano de análise, nós vamos encontrar uma gestão realmente muito precária, porque ela perde energia cívica, perde tempo com essas polêmicas de interesse pessoal, familiar do presidente da República. E isto realmente conduz a uma federação em que a descentralização funciona, a autonomia está posta, porém o elemento federativo da convergência da coordenação nacional acaba não se evidenciando com a nitidez necessária”, concluiu Flávio Dino.

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