Durante reunião da Comissão de Fiscalização Financeira e Controle (CFFC), na última quarta-feira, o deputado federal Carlos Brandão questionou a presidente Graça Foster sobre as obras da Refinaria Premium I, em Bacabeira (MA).
Segundo o parlamentar, a refinaria foi usada como golpe eleitoral. Às vésperas das eleições de 2010, a obra foi anunciada como promessa de 200 mil novos empregos, em atos festivos, com direito a presença do então presidente Lula e Dilma Rousseff, à época pré-candidata à presidência, além do ministro Edson Lobão e a atual governadora do Estado Roseana Sarney.
Após dois anos de atividades suspensas, a refinaria voltou à mídia recentemente quando o pré-candidato ao governo do Maranhão pelo PMDB, Edson Lobão Filho, anunciou que serão realizadas novas licitações para continuação das obras.
“Nós estamos vivendo uma expectativa de um novo estelionato eleitoral, com uma nova Pasadena, sendo que bem mais cara”, argumenta o deputado. Brandão questiona como seria viável a continuação da obra se foi a própria Graça Foster quem as paralisou sob a justificativa de não existirem verbas suficientes.
Sobre as questões e os dados abordados pelo deputado, a presidente da Petrobras afirmou que foram refeitos os projetos e que as licitações serão reiniciadas em maio deste ano.
Refinaria Premium I
Com promessas de se tornar a maior refinaria da América Latina, com obras previstas para serem concluídas até 2016, a Premium I teria a produção voltada para combustíveis de alta qualidade. Segundo a Petrobras, em sua primeira fase, a refinaria teria capacidade de processar 300 mil barris/dia.
Depois de concluídas as obras, essa capacidade duplicaria. No entanto, a construção que foi inaugurada em 2010 está paralisada desde 2012, sendo que as obras de terraplanagem e de desmatamento já estão comprometidas pela ação das chuvas e pelo crescimento da vegetação. Recentemente, os governos federal e estadual anunciaram que será iniciado novo processo licitatório para recomeço das obras que haviam sido canceladas pela presidente da Petrobras, Graça Foster, por falta de verba.
Para a terraplanagem da área de instalação da refinaria foram cotados, inicialmente, e sem qualquer estudo ou planejamento quanto aos reais custos necessários, o valor de R$ 37 milhões. Ao longo dos anos foram feitas alterações relativas a esse montante. O valor gasto até a paralisação dos trabalhos foi de R$ 1,5 bilhão, ou seja, muito além do previsto no contrato inicial entre a estatal e o consórcio GSF (Queiroz Galvão, Serveng e Fidens).