O professor e pesquisador Antônio Augusto Moura da Silva, que em março recebeu do Governo do Estado a Medalha Renato Archer de Mérito Científico na categoria Produtividade durante a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia do Maranhão (SNCT/MA), mais uma vez teve seu trabalho reconhecido, desta vez em nível internacional em razão de uma pesquisa relacionada à síndrome do Zika Vírus.
O trabalho, realizado por grupo de professores integrantes do Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) e por profissionais do Núcleo Infantil de Neurodesenvolvimento, Assistência e Reabilitação da Criança (Ninar), do Governo do Estado, sob a coordenação do professor, foi destaque na edição do dia 22 do jornal The New York Times, que tratou sobre o tema.
“Ele é o principal pesquisador da área de ciências da saúde do Maranhão, com pesquisas de nível nacional e internacional reconhecidas. É motivo de orgulho pro Maranhão, que um de seus pesquisadores de universidade pública, e bolsista da Fapema, com pesquisas financiadas pela Fundação, obtenha reconhecimento internacional”, comentou o secretário de Estado da Ciência, Tecnologia e Inovação, Jhonatan Almada.
A pesquisa ‘Síndrome congênita pelo Zika vírus, soro prevalência e análise espacial e temporal de vírus Zika e Chikungunya no Maranhão’ também foi premiada pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ). O trabalho é fruto de uma parceria entre os profissionais do Ninar, da Secretaria de Estado da Saúde (SES) e da Secretaria de Articulação das Políticas Públicas, além de pesquisadores da UFMA.
No último dia 10, o governador Flávio Dino recebeu no Palácio dos Leões uma comitiva formada pelos professores que fazem parte da pesquisa, ocasião em que ressaltou que essa ação reforçará, ainda mais, as atividades do Governo do Estado no âmbito do neurodesenvolvimento infantil. Durante a reunião, o governador garantiu que continuará a investir no Ninar e em novos projetos para o desenvolvimento da pesquisa e da assistência às crianças no Ninar.
Na reunião com o governador, o professor Antônio Moura explicou que o grupo acompanhou o crescimento, especialmente da cabeça dos bebês com microcefalia e síndrome congênita pelo vírus da Zika onde se comprovou que o crescimento da cabeça tem sido muito pequeno.
“Elas não estão conseguindo recuperar esse crescimento. O que indica que o dano cerebral que o vírus ocasionou foi realmente bastante profundo. Outra coisa é que muitas das crianças estão evoluindo com muitas crises convulsivas que estão sendo muito difíceis de tratar mesmo com medicamentos bastante complexos. Essas pesquisas continuarão e veremos como elas crescerão e como vai se dar o crescimento neurológico delas”, explicou Antônio Moura.
Pesquisa
A pesquisa analisou o crescimento, resultados de exames de imagens e eletroencefalogramas e o fenótipo de 48 bebês com provável síndrome congênita por Zika Vírus nascidas nos anos de 2015 e 2016 em municípios maranhenses.
Na reportagem do The New York Times é dado destaque a várias pesquisas relacionadas à síndrome congênita, especialmente sobre 13 crianças que não nasceram com microcefalia, mas apresentaram anormalidades neurológicas posteriormente. Sobre a pesquisa dos professores maranhenses, o jornal enfatiza que seis crianças não nasceram com microcefalia, mas três desenvolveram crescimento inadequado do crânio com o passar da idade.