A coluna do jornalista José Roberto de Toledo desta quinta-feira (1º), no site do jornal O Estado de São Paulo, fez uma apropriada comparação entre o presidente Michel Temer (PMDB) e o oligarca José Sarney.
Apesar da impopularidade atingida à custa de uma hiperinflação que marcou o fim da década de 1980 no Brasil, Sarney conseguiu se manter na Presidência até o final do seu mandato. Temer tenta repetir os passos de Sarney, e, apesar da crise, dos escândalos judiciais e dos mais de 60% de rejeição, o presidente diz que não renunciará ao cargo.
Para o colunista, Temer copia o mesmo argumento de Sarney: custo da saída é maior que o da permanência.
Outro ponto bem lembrado pela publicação é que tanto Temer quanto Sarney são “ex-vices”. Sarney não tinha vice quando deixou o governo como um presidente impopular. Temer também não tem vice.
“Como Temer, [Sarney] era um ex-vice. Sangrou meses, mas segurou-se até o fim, à custa de uma hiperinflação. Coincidência? Provavelmente não. O vice lubrifica a queda. Sem vice, todos sonham em vestir a faixa e sentar na cadeira. Basta ver o que está acontecendo em Brasília nesses dias”, frisou o colunista.
Certo é que Sarney é apontado como principal conselheiro de Temer nesse momento de profunda crise. O oligarca tem reforçado ao presidente que ele deve se manter a todo custo no cargo.
Sarney atua para que Temer permaneça presidente e possa garantir apoio da máquina federal à campanha da sua filha Roseana nas eleições estaduais de 2018.