Resolveu jogar para a sua plateia cativa durante a posse o presidente Jair Bolsonaro. Quando todos pensavam que seria a oportunidade de minimizar o clima de acirramento e as péssimas declarações de.e, dos filhos e do vice, voltou a fingir que existe um “socialismo” implantado no Brasil e que será exterminado. A volta do cansado discurso de campanha para os seus admiradores mantém estes entusiasmados com a briga contra os moinhos de vento enquanto o governo não tem nenhum plano para combater a forte crise econômica e nenhuma vontade de diminuir as desigualdades sociais. Ao contrário, muita vontade de agravá-las.

Em discurso no Congresso, Bolsonaro acusou adversários políticos “inimigos da pátria, da ordem e da liberdade” pelo atentado a faca que sofreu em Juiz de Fora em 6 de setembro, como se algum político tivesse ligação, mesmo depois da investigação da Polícia Federal atestar que Adélio Bispo agiu sozinho. Já na transmissão da faixa, o presidente disse que o Brasil irá “se libertar do socialismo” e do “politicamente correto”.

Jogando para seus fãs, Bolsonaro voltou com os chavões de combate a “ideologias nefastas”, o “desvirtuamento dos direitos humanos”; “acabar com a ideologia que defende bandidos e criminaliza policiais”, defender o “direito de propriedade” e o direito “à legítima defesa”, para a política de armamento da população. No pacto com a “sociedade” que Bolsonaro defendeu, excluiu da sociedade todos os que pensam diferente.

Na agenda do novo presidente, os mesmos temas de fundamentalismo ideológico, religioso e de extermínio. Mas nada que pudesse separar a caricatura do presidente que precisa dar respostas aos temas de fato relevantes para o país. A grande massa de desempregados e a população mais pobre segue sem ter ideia do que a espera. Ou melhor, o silêncio sobre os temas relevantes dá uma ideia…