O Brasil encerrou o domingo (5) com 486 mortes e mais de 11 mil casos confirmados do Covid-19. Enquanto o vírus avança e ameaça a vida de milhões de brasileiros, o núcleo bolsonalista se preocupa em atacar quem, frente a inercia do Governo Federal, busca soluções para combater a proliferação do vírus. Na última semana, foi a vez do governador do Maranhão, Flávio Dino, ser vítima de ataques do núcleo duro bolsonarista, o que confirma: não fazem e perseguem quem faz.
Flávio Dino contabilizou, em poucos dias, ataques de dois dos filhos do presidente Jair Bolsonaro, Eduardo e Carlos, e ainda do ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, o general Augusto Heleno. O desprezo pelo reconhecido esforço que Flávio Dino vem conduzindo, no Maranhão, a maior crise sanitária da história, revela a insegurança dos aliados do presidente com a expressividade que o governador toma em nível nacional.
É o que disse o próprio Carlos Bolsonaro ao classificar Flávio Dino como o maior opositor socialista do governo Bolsonaro, em publicação nas redes sociais, ao se mostrar incomodado com a reunião de trabalho entre o vice-presidente Mourão com os governadores da Amazônia. “o que leva o vice-presidente da República se reunir com o maior opositor SOCIALISTA do governo, que se mostra diariamente com atitudes totalmente na contramão de seu Presidente?”, questionou o vereador pelo Rio de Janeiro, Carlos.
Mais uma clara demonstração de que Jair Bolsonaro não tem diálogo – mesmo que propositivo, em busca de soluções para a crise quem vem matando brasileiros –, e não quer que ninguém do Governo Federal tenha. É a briga política falando mais alto, em detrimento da vida de brasileiros.
Já Eduardo Bolsonaro, meio à luta quase desumana contra o coronavírus, escolheu atacar Flávio Dino utilizando fake news. Também pelas redes sociais, Eduardo repercutiu publicação mentirosa, chamando de desvio de recurso, uma tática adota pelo Governo do Estado para proteger vida de idoso, no combate ao coronavírus.
A publicação do general Heleno foi ainda mais preocupante, mostrando o pouco caso do Governo Federal com o avanço do coronavírus. O chefe da Segurança, em publicação para atingir Flávio Dino, se quer sabia o nome do vírus, chamando-o de “Covid-21”, ou a quantidade de vitimas fatais. Na publicação (apagada mais tarde), disse não ser culpa do presidente as “300” mortes e mais uma vez preferiu atacar o posicionamento político de Flávio Dino.
As mortes no Brasil avançam dia a dia, o colapso do sistema de saúde é uma ameaça que bate à porta, o número de desempregados cresce e com ele a fome e as necessidades de sobrevivência. Enquanto isso, o presidente Jair Bolsonaro, e aliado, seguem a “caça às bruxas”, em perseguição aos opositores. Em condições normais carrega preocupação, mas agora a dúvida aumenta: é hora para isso?