O resultado final das eleições do Maranhão pode fazer muita gente imaginar que o ex-prefeito de São Pedro dos Crentes é um fenômeno e emerge como uma grande nova liderança do Maranhão. Não é bem por aí.

Lahesio terminou a eleição em segundo lugar com 24,87% dos votos. O ex-prefeito teve quase a mesma votação do presidente Jair Bolsonaro no Maranhão, que obteve 26,02%. Quando se analisa o mapa eleitoral das grandes cidades, o percentual é muito parecido dos votos de Bolsonaro e Lahesio.

Fica muito claro que nenhum eleitor votou no candidato do PSC porque ele apresentou boas propostas ou por sua gestão em São Pedro dos Crentes. O eleitor de Bolsonaro encarnou em Lahesio o candidato bolsonarista no Maranhão.

Desta forma, qualquer poste que absorvesse o sentimento bolsonarista no Maranhão, teria esta mesma votação. Isso não torna o ex-prefeito uma liderança forte.

Primeiro porque o próprio Bolsonaro não gosta de Lahesio. O presidente não pediu votos para o ex-prefeito e o contrário também aconteceu. Segundo porque Lahesio não construiu grupo político. Os dois deputados estaduais eleitos pelo PSC não são um grupo do bolsonarista enrustido. Fernando Braide se elegeu com a força do grupo do prefeito Eduardo Braide e nunca esteve próximo de Lahesio durante a campanha. Wellington do Curso se elegeu com uma votação bem baixa puxado pela votação de Braide e não deve se manter ao lado de Lahesio.

Para a próxima eleição, novas forças bolsonaristas muito mais legítimas devem emergir e apagar de vez a votação de Lahesio que não é dele. A suplente de deputada Mariana Carvalho recebeu uma votação muito expressiva e caminha para ser a grande liderança bolsonarista no estado. Os nomes que sempre carregaram a bandeira do presidente como a deputada Mical Damasceno, Alan Garcês, Apóstolo Silvio Antonio, Coronel Monteiro e Felipe Arnon não são próximos de Lahesio e devem formam bloco próprio com muito mais legitimidade junto ao eleitorado conservador.

Hoje a única liderança forte bolsonarista no Maranhão é o senador Roberto Rocha. Mesmo não tendo sido reeleito, tem força junto ao presidente, condições de estar em um grupo e capilaridade eleitoral própria.