A prática antidemocrática do ministro Flávio Dino de bloquear críticos nas redes sociais

O Brasil conheceu a prática nada democrática do hoje ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, de silenciar os críticos nas suas redes sociais, após ele bloquear o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG). Existe muita discussão sobre a prática do bloqueio por autoridades, mas, mesmo não havendo vedação legal, seria  uma prática democrática permitir o contraditório e, principalmente, não negar acesso ao perfil nas redes sociais no qual a pessoa pública noticia informações públicas.

O perfil oficial do titular deste blog é bloqueado no Twitter de Flávio Dino há cerca de dois anos. Assim como vários jornalistas do Maranhão são bloqueados porque em algum momento fizeram alguma crítica ao ex-governador.

Muito se criticava com razão o ex-presidente Jair Bolsonaro pela prática. Muitos que tiveram perfis bloqueados entraram com ações que ainda estão em tramitação no Supremo Tribunal Federal (STF) contestando esse direito por parte de figuras públicas.

O ministro Flávio Dino, assim como a maioria das figuras públicas faz hoje em dia, publica informações de interesse público exclusivamente nas suas contas pessoais. Se o fazem, estão determinando que aquela conta não é particular, mas pública e que deve ter acesso livre a todos, inclusive quem os critica. Ao bloquear usuários, estas figuras com cargos públicos vetam acesso a estas informações de maneira indevida e antidemocrática.

Por defender tanto a democracia e a transparência, o ministro Flávio Dino deve rever a prática e tomar uma decisão: ou abre o perfil para todos e aprende a lidar com as críticas ou usa o seu perfil pessoal apenas para informações pessoais (postar seu café da manhã, a caminhada no parque, os filmes que assistiu, os livros que leu) e não usar mais o perfil como uma ferramenta de informações públicas.

Não só ele, mas todos os homens públicos que utilizam a rede social como canal de informação sobre o cargo público.

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