A operação Élpis, nesta segunda-feira (24) culminou com a prisão do ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa, o Suel. Esta é a primeira operação desde que a Polícia Federal assuniu as investigações do assassinato da vereadora do Rio de Janeiro, Marielle Franco, ocorrido em 2018.
Suel foi condenado em 2021 a quatro anos de prisão por atrapalhar as investigações, mas cumpria a pena em regime aberto. O ex-bombeiro tinha sido preso em junho de 2020 durante a Operação Submersos II, e já é réu neste processo por homicídio e receptação, porque recebeu o carro usado no crime segundo o MP e a PF.
Em entrevista coletiva o ministro Flávio Dino revelou que o ex-policial Élcio de Queiroz, firmou acordo de delação premiada em que detalhou a própria participação e a de outros envolvidos no crime. Com base na delação, foi possível efetuar a prisão de Suel.
Queiroz confessou que dirigia o carro que perseguiu Marielle Franco – e disse que foi Ronnie Lessa quem atirou contra as vítimas. “As provas colhidas e reanalisadas pela Polícia Federal de fevereiro pra cá confirmaram, de modo inequívoco, a participação do senhor Élcio e do senhor Ronnie [Lessa] , e isso conduziu à delação do Élcio”, disse Flávio Dino.
O ministro afirmou nesta segunda que a delação de Élcio Queiroz “encerra” as investigações sobre os envolvidos diretamente na execução de Marielle Franco e Anderson Gomes. A partir de agora, as investigações irão mirar os mandantes do assassinato.
“A partir daí, as instituições envolvidas terão os elementos necessários ao prosseguimento da investigação. Não há, de forma alguma, a afirmação de que a investigação se acha concluída, pelo contrário. O que acontece é uma mudança de patamar da investigação. […] Os fatos até agora revelados e as novas provas colhidas indicam isto, que há forte vinculação desses homicídios, especialmente o da vereadora Marielle, com atuação das milícias e do crime organizado no Rio de Janeiro. Isto é indiscutível. Até onde vai isso? As novas etapas vão revelar”, sentenciou.