O caso ganhou muita repercussão nas redes sociais nesta segunda-feira (28). Um vídeo mostrando um cachorro apoiado em um carro e logo depois correndo atrás do veículo ganhou a interpretação de que a pessoa que conduzia o carro estava abandonando o animal próximo ao shopping da Ilha.

Rapidamente na internet se espalhou a desinformação como se fato fosse e, pior, o proprietário do veículo do veículo no registro da placa foi duramente atacado como se ele estivesse dirigindo e fosse o autor do suposto abandono, tratado como um criminoso de alta periculosidade. Até o deputado federal Duarte Júnior foi apressado em repassar a desinformação e acusar o proprietário de abandono sem a devida apuração do que ocorreu, escrevendo inclusive que ele havia identificado o “autor do crime”.

Horas depois da repercussão, a Polícia Civil emitiu nota afirmando que estava elucidado que não houve abandono. O cão “é um animal em situação de rua, mas que é cuidado de forma comunitária pelos moradores da região do Ipase de Cima. E todos os dias, quando essa funcionária entra no carro, o animal segue o veículo até uma parte do percurso”.

Assim, não houve abandono e o dono do veículo e quem estava no carro nada tem a ver com o animal. O Vigilante (como é chamado o cão) seguiu a vizinha do Ipase que pegava carona em frente ao shopping da Ilha e depois saiu correndo atrás do carro.

Pela desinformação, o proprietário do carro que teve a placa divulgada foi altamente atacado na internet como se fosse um monstro. E se ele fosse encontrado na rua por um grupo mais radical que o confrontasse ou até o agredisse? É mais uma demonstração da necessidade do jornalismo profissional e do cuidado com o trato da informação em tempos de redes sociais, viralização sansacionalista e julgamento virtual. Mesmo com a pressa para publicar logo vídeos interessantes, é preciso ter o cuidado para deixar claro ao leitor/telespectador que ainda se trata de uma hipótese e que a situação ainda está sendo devidamente checada.