Protagonista dos principais bate-bocas na primeira semana de CPI da Covid, a senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA) avalia que a comissão caminha para chegar a constatações comprometedoras para o governo de Jair Bolsonaro. Após os três primeiros depoimentos, ela vê evidências de que o presidente prestigiou posições políticas e ideológicas na condução da pandemia.
Embora não seja integrante formal da CPI da Covid, Eliziane se envolveu em alguns dos debates mais acalorados que marcaram o início dos trabalhos. Ela classificou como “machista” uma insinuação do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho do presidente, de que as parlamentares estavam desinteressadas na comissão.
Coube a Eliziane liderar a reação à tentativa de aliados do governo de romper o acordo que garantiu às mulheres o direito de se manifestar na parte inicial das reuniões. “Muitos parlamentares da base estão emocionalmente abalados”, disse ela ao Estadão. “Não queriam a voz das mulheres na CPI.”