UOL – A Polícia Federal deflagrou mais uma operação nesta sexta-feira (26/02), em seis Estados e no Distrito Federal, onde cumpre 44 mandados de busca e apreensão e sete mandados de condução coercitiva.
O foco são contratos de construção de ferrovias e os indícios de irregularidades foram colhidos em acordos de delação premiada e de leniência firmados na operação Lava Jato.
A ação da PF, no entanto, não foi classificada como uma nova fase da investigação que corre em Curitiba e apura prejuízos causados por um cartel de empreiteiras contra a Petrobras e a Eletronuclear. Segundo investigadores, trata-se de um desdobramento da Lava Jato.
A operação recebeu o nome de “recebedor”.
Há ações na sede da Odebrecht do Rio de Janeiro, além das construtoras Serveng, Queiroz Galvão e Mendes Junior. As diligências ocorrem no DF, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Goiás, Paraná e Maranhão.
Cartel em ferrovias
As buscas têm como objetivo recolher provas sobre possível pagamento de propinas para a construção das Ferrovias Norte e Sul e Integração Leste-Oeste. Há suspeita de formação de cartel e lavagem de dinheiro a partir de superfaturamento das obras.
A Operação surgiu a partir de acordo de leniência e delação premiada de um dos investigados na Lava Jato, que forneceu documentos. Depois disso, a PF colheu depoimentos de pessoas relacionadas ao caso. No ano passado, o presidente da Camargo Correa, Dalton Avancini, contou à força-tarefa que pagou propina de R$ 100 milhões na construção da Norte Sul – obra emblemática do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
O primeiro desdobramento da Lava Jato ocorreu com a Operação Cratons, que investigou crimes ambientais e comércio ilegal de diamantes em terras indígenas em Roraima (RO) no fim do ano passado.