A delação premiada dos executivos da Andrade Gutierrez aponta pagamento de cerca de R$ 150 milhões em propina na obra da Usina Hidrelétrica de Belo Monte. O valor é referente a um acerto de 1% sobre contratos e teria como destino o PT e o PMDB e agentes públicos ligados às legendas.
Executivos da Andrade Gutierrez declararam, em delação premiada, que a segunda maior empreiteira do país pagou propina pra conseguir obras da Petrobras e do sistema elétrico.
Segundo a delação, o ministro se reuniu com as empresas para fazer um acerto sobre a concorrência, e deu orientações sobre a disputa para que fosse passada à opinião pública a ideia de que haveria uma concorrência de verdade na obra.
Segundo a delação, o ministro se reuniu com as empresas para fazer um acerto sobre a concorrência e deu orientações sobre a disputa para que fosse passada à opinião pública a ideia de que haveria uma concorrência de verdade na obra.
Otávio Marques de Azevedo disse ainda que foi orientado por Lobão a reunir outras empreiteiras, Odebrecht e Galvão Engenharia, que deveriam dar, juntas, 1% do valor total da obra para o PT e para o PMDB, cerca de R$ 150 milhões, ou seja, R$ 75 milhões para cada partido. Segundo a delação, o interlocutor para tratar desse assunto no PT era o ex-tesoureiro João Vaccari Neto, que está preso, e, no PMDB, o ex-ministro Lobão.
De acordo com a delação dos executivos, Lobão pediu e recebeu R$ 600 mil em dinheiro vivo em 2011. Os recursos teriam sido entregues para um de seus filhos e abatidos na parcela destinada ao PMDB.
A defesa do ex-ministro Edison Lobão disse que seu cliente e o filho dele negam o recebimento de qualquer quantia e que está ocorrendo uma tentativa de criminalizar a política.