José Sarney sempre foi considerado o maior camaleão da política brasileira. Mas se analisarmos com cuidado a capacidade de mudar de posicionamento do mais à esquerda ao mais à direita possível, certamente encontraremos com o senador maranhense com o mesmo grau ou até maior capacidade de mudar de cor de acordo com a situação estratégia para sobreviver na política.
Criado no berço do sarneyzismo, época em jogava seus dentes no telhado do Palácio dos Leões quando criança, ele tem sua carreira marcada pelo fato de mudar de ideologia como quem troca de roupa.
Do ninho da oligarquia, ele resolveu vestir a carapuça do tucanato, quando o PSDB ainda polarizava com o PT o comando do Brasil.
Sem saída e sem mandato, teve que se aliar ao comunismo para, primeiro virar vice-prefeito de São Luís, em 2012, e, depois, senador da República em 2014 com um guarda-roupas composto apenas de camisas vermelhas. Logicamente que as duas eleições ocorreram graças ao governador Flávio Dino.
Depois de usar e abusar das ideias esquerdistas, ele resolveu romper e voltar ao ninho tucano. Mas, pela primeira vez em voo solo no Maranhão, na disputa pelo governo do Estado sem se escorar em ninguém, ele teve o pífio resultado de apenas 2% dos votos em 2018.
Sem saída e sem grupo, resolveu virar anticomunista só para agradar e tentar ser notado por Bolsonaro. Aliás, em Brasília, o senador não larga o pé do filho do presidente, Flávio Bolsonaro. Hoje, a maior bandeira de Rocha é o anticomunismo.
E assim ele vai tentando sobreviver, mudando de cor partidária e de viés político sem nenhum constrangimento de acordo com as suas conveniências do momento.